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Tipo: Tese
Título: Efeito dos triterpenos ácido oleanólico, ácido ursólico e alfa, beta-amirina no distúrbio metabólico induzido por olanzapina em camundongos e em células 3t3-l1
Autor(es): Ripardo, Rose Anny Costa Silva
Orientador: Santos, Flávia Almeida
Palavras-chave: Ácido Oleanólico;Triterpenos Pentacíclicos;Olanzapina;Resistência à Insulina;Ganho de Peso
Data do documento: 25-Ago-2021
Citação: RIPARDO, R. A. C. S. Efeito dos triterpenos ácido oleanólico, ácido ursólico e alfa, beta-amirina no distúrbio metabólico induzido por olanzapina em camundongos e em células 3t3-l1. 2021. 132 f. tese (Doutorado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61074. Acesso em: 08 out. 2021.
Resumo: A olanzapina (OLZ) é um fármaco antipsicótico atípico utilizado no tratamento da esquizofrenia que possui efeitos adversos metabólicos como o ganho de peso, a hiperglicemia e a resistência insulínica. No presente estudo, avaliou-se o efeito protetor dos triterpenos pentacíclicos ácido oleanólico (AO), ácido ursólico (AU) e alfa, beta amirina (AMI) nos distúrbios metabólicos causados pelo uso da OLZ em modelos experimentais in vivo em camundongos C57BL6 e in vitro em células 3T3-L1. Os camundongos foram divididos em cinco grupos: alimentados com dieta padrão (DP); alimentados com a dieta associada à OLZ (DO); alimentados com DO e tratados com AO (20 mg/kg, v.o), AU (10 mg/kg, v.o) e AMI (20 mg/kg, v.o), na água de beber durante as últimas seis, das nove semanas de tratamento. Foi realizado o teste comportamental de campo aberto e o teste de tolerância à glicose intraperitoneal (TTGI) uma semana antes do fim dos tratamentos. Após o sacrifício dos animais, foram realizadas análises séricas e teciduais com os materiais coletados. No teste de campo aberto o número de cruzamentos e o número de eventos de autolimpeza diminuíram com o tratamento com OLZ, como já era esperado. Porém os tratamentos AO e AMI causaram aumento no número de cruzamentos, obtendo resultados próximos ao grupo DP. Já o tratamento com AU não gerou alterações comportamentais em relação ao grupo DO. Os animais dos grupos AO e AMI demonstraram diminuição significativa do peso corporal, no IMC, assim como no peso do fígado em relação ao grupo DO. Além disso, o tratamento com AO aumentou o peso da gordura subescapular, que havia sido reduzido pelo tratamento com OLZ. Os tratamentos com os triterpenos AO, AU e AMI reverteram o aumento do nível plasmático de glicose causado pela OLZ no grupo DO. Porém, apenas o grupo AO conseguiu regularizar os níveis plasmáticos de insulina, diminuir o índice de HOMA-IR e a área sob a curva no TTGI, além de aumentar o glicogênio hepático, revertendo assim, a resistência à insulina e à glicose causada pelo tratamento com OLZ. Pelos melhores resultados metabólicos nos animais, a histologia e os testes de Western blot seguiram apenas com o triterpeno AO. Não houve diferença entre os grupos tanto na histologia hepática quanto na do tecido adiposo. O grupo DO teve aumento na expressão de p-IRS (ser307) e diminuição significativa da expressão p AKT no fígado, com consequente diminuição da expressão do mGLUT no músculo em relação ao DP, alterações estas revertidas pelo tratamento com AO. Em modelo celular com pré-adipócitos 3T3-L1, as concentrações não tóxicas utilizadas foram: AO = 6,25; 12,5; 25 μM; AU = 3,125; 6,25; 12,5 μM e AMI = 12,5; 25; 50 μM. As células sofreram adipogênese com o tratamento com OLZ 10 μM de forma semelhante ao controle positivo, rosiglitazona 2 μM. Houve aumento de conteúdo lipídico intracelular, alteração revertida por praticamente todos os tratamentos testados. A OLZ também aumentou os triglicerídeos e colesterol total intracelular. Todas as doses testadas de AO conseguiram reduzir estes parâmetros nas células, resultado não visto nos tratamentos com AU e AMI. Pelos melhores resultados bioquímicos nas células, os testes de Western blot seguiram apenas com o triterpeno AO. Em relação à expressão proteica, notou-se que o tratamento com OLZ aumentou a expressão de SREBP-1 e FAS e diminuiu a expressão de pAMPK/AMPK. A dose de 25 μM de AO conseguiu regularizar todas as expressões alteradas pelo tratamento com OLZ. Dessa forma, esses resultados indicam que, dentre os triterpenos testados, o AO é um adjuvante potencial para prevenir a disfunção metabólica, através da via PI3K/AKT, e o aumento de peso, pela via AMPK/SREBP-1, causados pelo uso da OLZ.
Abstract: Olanzapine (OLZ) is an atypical antipsychotic drug used in the treatment of schizophrenia that has adverse metabolic effects such as: weight gain, hyperglycemia and insulin resistance. In the present study, the protective effect of pentacyclic triterpenes oleanolic acid (AO), ursolic acid (AU) and alpha, beta-amirine (AMI) on metabolic disorders caused by the administration of OLZ in experimental models in mice C57BL6 and in 3T3-L1 cells was evaluated. The mice were divided into 5 groups: fed with standard diet (DP), fed with the diet associated with OLZ (DO), fed with DO and treated with AO (20 mg/kg), AU (10 mg/kg) and AMI (20 mg/kg), in drinking water during the last 6 of the 9 weeks of treatment. The open field behavioral test and the intraperitoneal glucose tolerance test (TTGI) were performed one week before the end of the treatments. After the animals were euthanized, serum and tissue analysis were performed with the collected materials. The number of crossings in the open field test increased with the AO and AMI treatments, when compared to the DO group, obtaining results close to the DP group. AU treatment, on the other hand, did not generate behavioral changes in comparison to the DO group. The animals in the AO and AMI groups showed a significant decrease in body weight, in BMI, as well as in the weight of the liver regarding the DO group. In addition, treatment with AO increased the weight of subscapular fat in contrast to the DO group. The treatments with the AO, AU and AMI triterpenes reversed the increase in the plasma glucose level caused by OLZ in the DO group. However, only treatment with AO managed to regulate plasma insulin levels, decreased the HOMA-IR index and the area under the curve in the intraperitoneal glucose tolerance test, in addition to increasing hepatic glycogen, thus reversing insulin and glucose resistance caused by treatment with OLZ. Due to the better metabolic results in the animals, the histology and the Western blot tests followed only with the AO triterpene. There was not difference in the histology between the groups in both hepatic or adipose tissue. The DO group had an increase in the expression of p-IRS (ser307) and a significant decrease in the expression of p-AKT in the liver, with consequent decrease in mGLUT expression in muscle when compared to DP, changes that were reversed by the treatment with AO. In a cell model with 3T3-L1 pre-adipocytes, the non-toxic concentrations used were AO = 6.25; 12.5; 25 μM; AU = 3.125; 6.25; 12.5 μM; and AMI = 12.5; 25; 50 μM. The cells underwent adipogenesis with the treatment with OLZ 10 μM in a similar way to the positive control, rosiglitazone 2 μM. There was an increase in intracellular lipid content, which was reversed by practically all tested treatments. OLZ also increased triglycerides and intracellular total cholesterol. All the tested doses of AO managed to reduce these parameters in the cells, a result not seen in the treatments with AU and AMI. For the best biochemical results in the cells, Western blot tests followed only with the AO triterpene. Regarding protein expression, it was noted that treatment with OLZ increased the expression of SREBP-1 and FAS and decreased the expression of pAMPK / AMPK. The 25 μM dose of AO was able to regulate all expressions altered by the treatment with OLZ. Thus, these results indicate that, among the tested triterpenes, AO is a potential adjuvant to prevent metabolic dysfunction, through the PI3K / AKT pathway, and weight gain, through the AMPK / SREBP-1 pathway, caused by the administration of OLZ.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61074
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