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Tipo: Tese
Título: Ativismo em rede e processos formativos decoloniais articulados por mulheres negras no Youtube
Autor(es): Paz, Tatiana Santos da
Orientador: Rodrigues, Eduardo Santos Junqueira
Palavras-chave: Mulheres negras;Processos formativos;Ativismo em Rede;Educação decolonial
Data do documento: 2019
Citação: PAZ, Tatiana Santos da. Ativismo em rede e processos formativos decoloniais articulados por mulheres negras no Youtube. 2019. 205f - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação, Fortaleza (CE), 2019.
Resumo: Desde o período da escravidão, existem registros de organização e ação política de mulheres negras que indicam práticas de resistência e luta contra um regime político que subalternizou as populações africanas e afrodescendentes (WERNECK, 2005; MADEIRA, 2013; DA SILVA, 2014; DAVIS, 2016). Apesar do fim da escravidão, as populações negras enfrentam ainda problemas sociais decorrentes de uma persistente colonialidade, que continuam a afetar os arranjos sociais no tempo presente (QUIJANO, 2005; GROSFOGUEL, 2016). Dessa forma, a luta das mulheres negras perpassa por diferentes esferas da vida social em busca da decolonização de corpos, mentes, sistemas políticos, econômicos, sociais, religiosos, culturais e raciais. As redes digitais de comunicação ampliaram as possibilidades e formas de atuação de grupos ativistas, no final do século XX e no início do século XXI, e se tornaram um espaço de atuação política, em que os atores constroem narrativas acerca de suas pautas e reivindicações (CASTELLS, 1999; GOHN, 2011; DIFELICE, 2013; MALINI; ANTOUN, 2013; JUNGBLUT, 2015). Com base nesse contexto, esta tese apresenta um estudo sobre ativismo em rede e processos formativos decoloniais, com o objetivo de compreender como o ativismo protagonizado por mulheres negras no YouTube articulou processos formativos decoloniais. Para isso, foram analisadas as trocas estabelecidas no contexto das postagens de 32 vídeos nos canais de três mulheres negras no YouTube e na observação das suas ações em rede, especialmente nessa plataforma. A pesquisa teve abordagem qualitativa e construiu aproximações com o campo da etnografia do ciberespaço (SEGATA e RIFFIOTIS, 2016). Os procedimentos metodológicos foram organizados em duas principais ações: observação participante nos canais de três mulheres negras e entrevistas semiestruturadas com essas participantes da pesquisa. No contexto da atuação em rede, as ações dessas vlogueiras constituíram apropriações midiáticas de caráter político e emancipatório, no que se refere aos padrões estéticos de beleza construídos na base de uma sociedade racista e excludente bem como a articulação de ativismo baseado em suas histórias de vida e na crítica à colonialidade ainda persistente nas imagens produzidas sobre as populações negras. A pesquisa desenvolvida permitiu compreender que o ativismo dessas três mulheres: a) Articulou uma disputa de narrativas com a mídia tradicional, numa busca pela transformação do olhar atribuído à estética da mulher negra, que, por vezes, estava também relacionado com a agenda política dos movimentos de mulheres negras, por meio da escolha dos temas dos vídeos; b) Mostrou-se articulador de uma tradução de conhecimentos acadêmicos; c) Possuía articulações com o mercado e com relações de consumo de mulheres negras e d) Operava em tensão com mecanismos comerciais e outros, do YouTube, pouco transparentes.
Abstract: Since the context of slavery there are records of organization and political action of black women that indicate practices of resistance and struggle against a political regime that subordinated African and African descent populations. (WERNECK, 2005; MADEIRA, 2013; SILVA, 2014; DAVIS, 2016). Despite the end of slavery, black populations still face social problems arising from a persistent coloniality that affects social arrangements even in the present time (QUIJANO, 2005; GROSFOGUEL, 2016). Thus, the struggle of black women goes through different spheres of social life in which they seek the decolonization of bodies, minds, political, economic, social, religious, cultural and racial systems. Digital communication networks expanded the possibilities and forms of action of activist groups in the late twentieth and early twenty-first centuries and became a space for political action, in which the actors of these networks construct narratives about their agendas and claims (CASTELLS, 1999; GOHN, 2011; DIFELICE, 2013; MALINI; ANTOUN, 2013; JUNGBLUT, 2015). In this context, this thesis presents a study on network activism and decolonial formative processes whose objective was to understand how the activism of black women on YouTube articulated decolonial formative processes. For this, we analyzed the exchanges established in the context of the postings of 32 videos on the channels of 3 black women on YouTube and the observation of their actions on the network, especially on this platform. The research had a qualitative approach and built approximations with the field of cyberspace ethnography (SEGATA & RIFFIOTIS, 2016). The methodological procedures were organized into two main actions: participant observation in the channels of three black women (research participants) and semi-structured interviews with them. In the context of networking, the actions of these vloggers constituted mediatic appropriations of a political and emancipatory character regarding the aesthetic standards of beauty built on the basis of a racist and exclusionary society as well as the articulation of activism based on their life histories and the critique of coloniality still persistent in the images produced about black populations.The research developed allowed us to understand that the activism of these three women a) articulated a narrative dispute with the traditional media in a search for the transformation of the look attributed to the aesthetics of black women, which was sometimes also related to the political agenda of black women's movements, by choosing the themes of the videos; b) proved to be the articulator of a translation of academic knowledge; c) had links to the market and consumer relations of black women; and d) operated in tension with poorly transparent commercial and other YouTube mechanisms.
Resumen: Desde el contexto de la esclavitud, existen registros de organización y asuntos políticos de mujeres negras que indican prácticas de resistencia y combate a un régimen político que subordina las poblaciones de ascendencia africana y afro descendentes (WERNECK, 2005; MADEIRA, 2013; SILVA, 2014; DAVIS, 2016 ) . A pesar del fin de la esclavitud, las poblaciones negras aún enfrentan problemas sociales derivados de una colonialidad persistente que afecta los arreglos sociales incluso en la actualidad (QUIJANO, 2005; GROSFOGUEL, 2016). Así, la lucha de las mujeres negras atraviesa diferentes ámbitos de la vida social en los que buscan la descolonización de los cuerpos, las mentes, los sistemas políticos, económicos, sociales, religiosos, culturales y raciales. Las redes de comunicación digital ampliaron las posibilidades y las formas de acción de los grupos activistas a finales del siglo XX y principios del XXI y se convirtieron en un espacio para la acción política, en el que los actores de estas redes construyen narrativas sobre sus agendas y demandas (CASTELLS, 1999; GOHN, 2011; DIFELICE, 2013; MALINI; ANTOUN, 2013; JUNGBLUT, 2015). En este contexto, esta tesis presenta un estudio sobre activismo en red y procesos formativos descoloniales cuyo objetivo era comprender cómo el activismo de las mujeres negras en YouTube articulaba los procesos formativos descoloniales. Para esto, analizamos los intercambios establecidos en el contexto de las publicaciones de 32 videos en los canales de 3 mujeres negras en YouTube y la observación de sus acciones en la red, especialmente en esta plataforma. La investigación tuvo un enfoque cualitativo y construyó aproximaciones con el campo de la etnografía del ciberespacio (SEGATA & RIFFIOTIS, 2016). Los procedimientos metodológicos se organizaron en dos acciones principales: observación participante en los canales de tres mujeres negras (participantes de la investigación) y entrevistas semiestructuradas con ellas. En el contexto de la creación de redes, sus acciones constituyeron apropiaciones mediáticas de carácter político y emancipatorio con respecto a los estándares estéticos de belleza construidos sobre la base de una sociedad racista y excluyente, así como la articulación del activismo basada en sus historias de vida y la crítica de la colonialidad aún persisten en las imágenes producidas sobre las poblaciones negras. La investigación desarrollada nos permitió comprender que el activismo de estas tres mujeres a) articuló una disputa narrativa con los medios tradicionales en una búsqueda de la transformación de la apariencia atribuida a la estética de las mujeres negras, que a veces también estaba relacionada con la agenda política de los movimientos de mujeres negras , eligiendo los temas de los videos; b) resultó ser el articulador de una traducción del conocimiento académico; c) tenía vínculos con el mercado y las relaciones de consumo de las mujeres negras, y d) operaba en tensión con mecanismos comerciales y de otro tipo poco transparentes de YouTube.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51624
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