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Tipo: Tese
Título: Tempo e aceleração social na perspectiva da teoria e da clínica psicanalíticas
Título em inglês: Time and social acceleration from the perspective of psychoanalytic theory and clinic
Autor(es): Martins, Osvaldo Costa
Orientador: Martins, Karla Patrícia Holanda
Palavras-chave: Psicanálise;Tempo;Aceleração social;Clínica;Teoria dos discursos
Data do documento: 2019
Citação: MARTINS, Osvaldo Costa. Tempo e aceleração social na perspectiva da teoria e da clínica psicanalíticas. 2019. 185f. - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza (CE), 2019.
Resumo: Este trabalho trata do tempo e da temporalidade na perspectiva da teoria e da clínica psicanalíticas. Estabelece interlocução com os debates sociológicos sobre o regime temporal hegemônico da atualidade, a saber, a aceleração social. A problemática do tempo se fez abordável pela perspectiva psicanalítica na medida em que permitiu colocar em questão o sujeito e suas determinações inconscientes, a partir da escuta clínica. Tal tem evidenciado que o ser falante é atravessado por diversas temporalidades e que o regime da aceleração social tende a reduzi-las a uma única e a produzir efeitos negativos sobre o tempo de compreender, constituindo-se como fonte de mal-estar na contemporaneidade. Nesse sentido, questiona-se como o uma análise toma as relações do sujeito com o tempo. Desse modo, indaga-se também as noções de tempo propostas por Sigmund Freud e Jacques Lacan. Assim, utilizam-se vinhetas clínicas para debater ora as noções de tempo em psicanálise, ora os arranjos singulares que, nas neuroses, são produzidos para equacionar as questões que o tempo impõe ao ser falante. Trata-se uma pesquisa em psicanálise com o método psicanalítico. Os debates dessa tese orientam-se, também, pelo conceito de aceleração social estabelecido por Hartmut Rosa e pelas noções de cronos, kairós e aion que foram extraídas da filosofia. Quatro momentos demarcaram o percurso desse trabalho ao longo dos capítulos: 1. a retomada de elementos da cultura da Grécia antiga para evidenciar outras concepções de tempo e cotejá-las com o corte trazido pela modernidade; 2. distinção dos efeitos dos cortes operados pelo pensamento moderno sobre a organização social do tempo; 3. discussão das teorizações de Freud e Lacan acerca do tempo e questionamento da ideia de atemporalidade do inconsciente; e 4. recurso à teoria dos discursos de Jacques Lacan para pensar a aceleração social e suas relações com o ser falante e as temporalidades. Por fim, conclui-se que não é a aceleração e a fome de tempo que produzem angústia, mas que pessoas angustiadas aderem aos ideais e às injunções da aceleração como recurso para fazer frente à solidão, ao desamparo (Hilflosigkeit) e à precariedade das marcas simbólicas que a cultura contemporânea oferece para se lidar com ele.
Abstract: This thesis discusses the question of time and temporality in psychoanalytic theory and clinical practice perspective, establishing interlocution with the sociological debates on the current hegemonic temporal regime, namely, social acceleration. The problematic of time was made accessible by the psychoanalytical perspective since it allowed questioning the subject and its unconscious determinations, from clinical listening. This has shown that the speaking being is crossed by several temporalities and that the regime of social acceleration tends to reduce them to a single one, producing negative effects on time to understand. In this context, it inquired the notions of time proposed by Sigmund Freud and Jacques Lacan. Thus, clinical vignettes are given to discuss the notions of time in psychoanalysis and the unique arrangements that, in the neuroses, are produced to equate the questions that time imposes to the speaking being. It is a research in psychoanalysis with the psychoanalytical method. The concept of social acceleration established by Hartmut Rosa and the notions of Chronos, Kairos, and Aion guided the debates in this thesis. Four moments delimitated the course of this work throughout the chapters: 1. The resumption of Ancient Greece culture elements to evidence other conceptions of time and compare them with the cut brought by modernity; 2. Distinction of the cuts effects operated by modern thought on the social organization of time; 3. Discussion of Freud and Lacan theories on time and questioning the idea of timelessness of the unconscious; 4. Resource to the theory of Jacques Lacan speeches to think the social acceleration and its relations with the speaking being and the temporalities. Finally, it concluded it is not acceleration and time famine that produce anguish, but that anguished people adhere to the ideals and injunctions of acceleration as a resource to face loneliness, helplessness (Hilflosigkeit) and the precariousness of brands symbolic that contemporary culture offers to deal with it.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51539
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