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Tipo: Artigo de Periódico
Título: A lucidez dos loucos: Nietzsche e outros
Título em inglês: The lucidity of the insane: Nietzsche and others
Autor(es): Martins, Rogério Parentoni
Palavras-chave: Loucura;Cultura;Cogito cartesiano;Nietzsche, Friedrich, 1844-1900
Data do documento: 2020
Instituição/Editor/Publicador: Argumentos Revista de Filosofia
Citação: MARTINS, Rogério Parentoni. A lucidez dos loucos: Nietzsche e outros. Argumentos Revista de Filosofia, Fortaleza, ano 12, n. 23, p. 112-125, jan./jun. 2020.
Resumo: A aceitação das supostas causas da loucura variou na história das culturas. Porém, quaisquer sejam as culturas há dificuldades de se estabelecer claros limites a partir dos quais a loucura pode ser objetivamente identificada. Platão considerava a loucura promovida por meio de um espírito místico que a poucos inspirava. Os pensamentos medieval e renascentista admitiam a loucura como de fundo religioso, moral, médico, divino ou diabólico, boa ou má. No final do século XIX até meados do século XX, a etnopsiquiatria desconsiderava a importância da cultura e da personalidade para entender a loucura, cuja origem seria proveniente da manifestação de uma estrutura patológica básica e universal. De modo semelhante, Freud admitia que a loucura já estivesse presente no inconsciente. A partir dos séculos XVII e XVIII, o cogito cartesiano estabeleceu a supremacia da razão em obter-se conhecimento, o que no século XX motivou a controvérsia Foucault versus Derrida sobre a exclusão da loucura do cogito. No passado, talvez por faltar compreensão adequada, o alienado era excluído do convívio social e tratado por meio de práticas “curativas” muitas vezes violentas. Por isso, muitos tiveram sua doença agravada ou se tornaram abúlicos. Para realizar o diagnóstico da loucura, os profissionais capacitados não devem estabelecer barreiras teóricas entre si e o paciente; este deve ser amplamente ouvido e tratado por equipe interdisciplinar. Finalmente, para Nietzsche a loucura estaria associada ao ímpeto criativo.
Abstract: Lunacy has always been reflected upon by Western thinkers. The acceptance of its putative causes has varied across centuries and cultures. In all of them, it has been difficult, above all, to establish boundaries beyond which insanity is definitive. Plato considered insanity to be the manifestation of a mystic spirit that inspired but a few. Medieval and Renaissance thought admitted lunacy’s nature to be good or bad, divine or diabolic, religious, moral or health related. Early ethnopsychiatry considered culture and personality unimportant to explain lunacy Similarly, Freud thought that lunacy lives in the subconscious. Starting in the 17th century, the Cartesian paradigm established reason’s supremacy as the mediator of knowledge, which led to Foucault opposition to Derrida’s exclusion of lunacy from this paradigm. Lack of adequate understanding of lunacy has led, in the past, to the exclusion of lunatics from social living and the adoption of violent, “curative” therapeutics. In many cases, they have worsened the condition or led to a irreversible breakdown of reasoning ability. Adequate diagnosis and treatment of lunacy require that no theoretical barriers are established between the health professional and the patient; on the contrary, patients issues must be heard and followed by an interdisciplinary team. Finally, according to Nietzsche insanity would be linked to the creative impetus.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51486
ISSN: 1984-4255
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