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Tipo: Dissertação
Título : Uma análise textual do pathos em polêmicas
Autor : Oliveira, Rafael Lima de
Tutor: Cavalcante, Mônica Magalhães
Palabras clave : Argumentação no discurso;Pathos;Estratégias textuais;Polêmica
Fecha de publicación : 2020
Citación : OLIVEIRA, Rafael Lima de. Uma análise textual do pathos em polêmicas. 2020. 144f - Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2020.
Resumen en portugués brasileño: Este trabalho propõe investigar as estratégias textuais que servem à mobilização do pathos em textos de modalidade argumentativa polêmica. Com esse propósito, inicialmente, assumimos como pressuposto o diálogo entre a Argumentação no Discurso (Amossy, 2018 [2006]) e a Linguística Textual, proposto por Cavalcante (2016) e aprofundado na tese de Macedo (2018), que sugere apreender a argumentação (inter)discursiva por categorias de textualidade. Posteriormente, discutimos criticamente estudos de diversos autores que investigaram o pathos na argumentação – como Ungerer (1995), Micheli (2008a, 2008b, 2010), Plantin (2008, 2010), Charaudeau (2007, 2010) e Amossy (2017, 2018), além de Aristóteles (2012) –, em busca de fundamentar a concepção de pathos que mais atendia aos interesses de nossa pesquisa. Em razão de termos sugerido um estudo linguístico para a investigação do pathos que fosse além das marcas gramaticais, nossa pesquisa valeu-se de duas categorias de textualização – os processos referenciais (MONDADA; DUBOIS, 2016 [2003]; CAVALCANTE, 2011) e os processos intertextuais (CARVALHO, 2018) – a fim de evidenciar e explicar como se dava o apelo ao pathos em textos. Para a construção de nosso corpus, admitimos como premissa que o conflito entre os embates discursivos só pode ser compreendido na relação entre textos e que a polêmica só se estabelece no diálogo intertextual (CAVALCANTE, 2017). Desse modo, foram selecionadas dez postagens, cinco do jornal O Globo e cinco do jornal O Estado de São Paulo, dos anos 2018 e 2019, com notícias que reportavam declarações do Papa Francisco sobre questões relacionadas à sexualidade e à prática do aborto. A partir dessa seleção, o corpus adotado neste estudo foi composto pelas respectivas notícias compartilhadas nessas postagens dos jornais no Facebook e pelos comentários de cada postagem. Os resultados confirmaram nossa hipótese básica de que os processos referenciais e intertextuais podem evidenciar a mobilização do pathos nos textos. Por essa razão, propusemos que essas estratégias textuais fossem consideradas no quadro dos princípios de inferência emocional, de Ungerer (1995). Pelo critério da referenciação, constatamos que a recategorização de referentes tanto auxilia na construção comovente de um referente quanto colabora para a desqualificação do adversário. Constatamos também a utilização da dêixis pessoal para a mobilização do pathos, uma vez que esse processo referencial promove a inserção do interlocutor em uma cena emocionante. Pelo critério da intertextualidade, inicialmente, foi possível atestar que, na mobilização do pathos, a intertextualidade guarda significativa relação com a referenciação. Percebemos que o intertexto convoca certas redes referenciais que são determinantes para a mobilização do pathos, pois ora auxiliam na apresentação comovente de determinado referente, ora associam-no a outros referentes que são afetivamente marcados. Além disso, observamos a regularidade na utilização de citações e paráfrases a passagens bíblicas que, por manifestarem ideias de punição, mobilizavam o sentimento de medo; e também a utilização de alusões amplas como mecanismo de desqualificação do adversário, tendo em vista a convocação de certos contextos históricos que auxiliam a estratégia de desacreditar a tese do Oponente.
Abstract: This paper aims to investigate textual strategies used to mobilize pathos in polemic argumentative texts. With this purpose, initially, we take as premise the dialogue between the Argumentation in Discourse (Amossy, 2018 [2006]), and the Textual Linguistics, proposed by Cavalcante (2016) and deepened in Macedo’s (2018) thesis, which suggests the understanding of the (inter)discursive argumentation in standards of textuality. Subsequently, we critically discuss several studies from authors who investigated pathos in argumentation - as Ungerer (1995), Micheli (2008a, 2008b, 2010), Plantin (2008, 2010), Charaudeau (2007, 2010) and Amossy (2017, 2018), besides Aristotle (2012) – aiming to base the pathos concept that meets best the interests of our research. Due to having suggested a linguistic study to investigate pathos beyond grammar marks, our research took two standards of textuality – the referential processes (MONDADA; DUBOIS, 2016 [2003]; CAVALCANTE, 2011) and the intertextual processes (CARVALHO, 2018) – in order to emphasize and explain how the appeal to pathos happened in texts. To build our corpus, we took as premise that the conflict between discursive clashes can only be comprehended in text relations and that the polemic only stablishes in an intertextual dialogue (CAVALCANTE, 2017). In that way, ten posts were selected, five from O Globo newspaper and five from O Estado de São Paulo newspaper, of years 2018 and 2019, with news that reported declarations of the Pope Francis regarding issues related to sexuality and abortion. As from this selection, the corpus embraced in this study was formed of the mentioned news shared in the newspapers’ posts on Facebook and of comments of each post. The results confirmed our basic hypothesis that the referential and intertextual processes can demonstrate the mobilization of pathos in texts. For this reason, we proposed that these textual strategies were considered in the Emotional References Chart principles, by Ungerer (1995). By the referential criteria, we verified that the recategorization of referents helps in a moving construction of a referent as much as it collaborates to the opponent’s disqualification. We also observed the use of personal deixis to pathos’ mobilization, once this referential process promotes the insertion of the interlocutor in an emotional scene. By the intertextual criteria, firstly, it was possible to confirm that, in the pathos’ mobilization, intertextuality keeps a meaningful relationship towards referentiation. We realized that intertext evokes certain referential networks that are determining to the mobilization of pathos, because it either helps in a moving presentation of a certain referent and or we associate it to other referents that are sentimentally marked. Besides, we observed the regularity in the use of quotes and paráfrases to biblical passages that, by expressing punishment ideas, mobilized the feeling of fear; and also the use of broad allusion as a mechanism of the opponent’s disqualification, bearing in mind some historical background mentions that help discredit the opponent thesis.
URI : http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51379
Aparece en las colecciones: PPGL - Dissertações defendidas na UFC

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