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Tipo: Dissertação
Título: Influência dos hormônios sexuais no modelo desenvolvimental de esquizofrenia induzido por desafio imune pós-natal
Título em inglês: Influence of sexual hormones on the developmental model of schizophrenia induced by immune challenge postnatal
Autor(es): Candeias, Raimunda das
Orientador: Gaspar, Danielle Macêdo
Palavras-chave: Esquizofrenia;Preparações Farmacêuticas;Estresse Oxidativo;Estresse Nitrosativo
Data do documento: 16-Mar-2020
Citação: CANDEIAS, R. Influência dos hormônios sexuais no modelo desenvolvimental de esquizofrenia induzido por desafio imune pós-natal. 2020. 89 f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
Resumo: Na esquizofrenia há importante influência do sexo no que se refere ao início da doença, curso, gravidade dos sintomas e à resposta aos antipsicóticos, com as mulheres tendo um início mais tardio do transtorno quando comparado a homens e necessitando de doses mais baixas das medicações quando em idade fértil. Acredita-se que o principal fator que diferencia a doença entre homens e mulheres sejam os hormônios sexuais. As causas deste transtorno são multifatoriais e envolvem vulnerabilidade genética e fatores ambientais como insultos neurodesenvolvimentais. Com base na hipótese neurodesenvolvimental, foi desenvolvido um modelo animal de esquizofrenia induzido pela injeção intraperitoneal da partícula vírus-símile, poly IC do 5-7 dias pós-natais (PN). No PN 21 os animais foram desmamados, separados por sexo e divididos em grupos gonadectomizados (GDX) ou não (SHAM). Todos os animais foram submetidos a testes comportamentais de interação social e Ymaze no PN40 e PN70 para que que pudéssemos avaliar os efeitos da privação hormonal em diferentes fases do desenvolvimento. Após a realização do último teste comportamental, todos os animais foram eutanasiados e tiveram os hipocampos e córtices pré-frontais dissecados para mensuração de parâmetros oxidativos (TBARS e nitrito), inflamatórios (nitrito e MPO) anti-inflamatórios (arginase) e marcação de expressão relativa de GPER1, Iba1 e NFkB. Os resultados mostraram que os animais de ambos os sexos submetidos à GDX ou não, foram ausentes de alterações comportamentais evidentes no PN40. No PN 70 os animais machos desafiados com poly IC e submetidos ou não à GDX manifestaram déficit na memória de trabalho, enquanto as fêmeas não apresentaram alterações neste parâmetro. Ambos machos e fêmeas do grupo poly IC+GDX apresentaram déficit nos comportamentos sociais. Com relação aos parâmetros oxidativos, houve aumento da peroxidação lipídica no hipocampo dos animais machos desafiados com poly IC e submetidos ou não a GDX. Ambos machos e fêmeas desafiados com poly IC apresentaram aumento dos níveis hipocampais de nitrito. Apenas fêmeas desafiadas com poly IC submetidas ou não à GDX apresentaram aumento dos níveis de nitrito no CPF. A MPO aumentou no CPF das fêmeas poly IC enquanto houve queda da arginase. Por outro lado, os animais machos desafiados com poly IC e submetidos a GDX apresentaram aumento da arginase no hipocampo. Os resultados mostraram que o modelo induziu a aparecimento dos comportamentos tipo esquizofrenia principalmente nos animais machos. Estas alterações nos animais machos foram acompanhadas de aumento de estresse oxidativo e nitrosativo. As fêmeas, por outro lado, apresentaram déficit social apenas quando desafiadas com poly IC e submetidas a GDX, o que mostra o efeito protetor do estrógeno neste parâmetro comportamental. Ademais, apenas as fêmeas desafiadas com poly IC apresentaram aumento de nitrito (HC e CPF), aumento de MPO (PFC) e redução da arginase (PFC). As fêmeas submetidas ao Poly I:C+GDX apresentaram aumento na expressão do receptor de estrógeno acoplado à proteína G (GPER1) no hipocampo, o que não ocorreu nos machos. Ainda, o desafio imune associado a GDX elevou a expressão do marcador de Iba1 no hipocampo dos machos e no CPF das fêmeas, acompanhados de elevação na expressão do NF-kBp65. Os resultados mostram, portanto, uma importante influência dos hormônios sexuais nas alterações desencadeadas pela exposição ao desafio neonatal.
Abstract: Schizophrenia presents an important influence of sex with regard to disease onset, course, symptom severity and response to antipsychotics, with women having a later onset of the disorder when compared to men and needing lower doses of medications when of childbearing age. The main factor that differentiates the disease between men and women is believed to be sex hormones. The causes of this disorder are multifactorial and involve genetic vulnerability and environmental factors such as neurodevelopmental insults. Based on the neurodevelopmental hypothesis, an animal model of schizophrenia induced by intraperitoneal injection of the virus-like particle poly IC from 5-7 postnatal days (PN) With 21 days after birth (weaning), the animals were weaned, separated by sex, and divided into gonadectomized groups (GDX) or not (SHAM). All animals were subjected to behavioral tests of social interaction and Ymaze in PN40 and PN70, so that we could evaluate the effects of hormonal deprivation at different stages of development. After the last behavioral test, all animals were euthanized and had the hippocampus and prefrontal cortex dissected to measure oxidative (TBARS and nitrite), inflammatory (nitrite and MPO), anti-inflammatory (arginase) and expression marking parameters relative to GPER1, Iba1 and NFkB. The results showed that animals of both sexes submitted to GDX or not, were absent from evident behavioral changes in the PN40. In PN 70, male animals challenged with poly IC and submitted or not to GDX manifested deficits in working memory, while females showed no changes in this parameter. Both males and females in the poly IC + GDX group showed a deficit in social behavior. Regarding oxidative parameters, there was an increase in lipid peroxidation in the hippocampus of male animals challenged with poly IC and submitted or not to GDX. Both males and females challenged with poly IC showed increased levels of nitrite hippocampus. Only females challenged with poly IC submitted or not to GDX showed an increase in nitrite levels in the CPF. MPO increased in the CPF of poly IC females while there was a decrease in arginase. On the other hand, male animals challenged with poly IC and submitted to GDX showed increased arginase in the hippocampus. The results showed that the model induced the appearance of schizophrenia-like behaviors mainly in male animals. These changes in male animals were accompanied by an increase in oxidative and nitrosative stresses. Females, on the other hand, presented social deficit only when challenged with poly IC and submitted to GDX, which shows the protective effect of estrogen in this behavioral parameter. Furthermore, only females challenged with poly IC showed an increase in nitrite (HC and CPF), an increase in MPO (PFC) and a reduction in arginase (PFC). Females submitted to Poly I: C + GDX showed increased expression of the estrogen receptor coupled to protein G (GPER1) in the hippocampus, which did not occur in males. Furthermore, the immune challenge associated with GDX increased the expression of the Iba1 marker in the hippocampus of males and in the CPF of females, accompanied by an increase in the expression of NF-kBp65. The results therefore show an important influence of sex hormones on the changes triggered by exposure to the neonatal challenge.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/51141
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