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Tipo: Artigo de Periódico
Título: Ainda devemos falar de virtude cívica? O lugar da moral na política republicana segundo Rousseau e Sandel
Título em inglês: Should we still talk about civic virtue? The place of morality in republican politics according to rousseau and sandel
Autor(es): Moscateli, Renato
Palavras-chave: Rousseau, Jean-Jacques (1712-1778);Virtude Cívica;Moral;Política
Data do documento: 2019
Instituição/Editor/Publicador: Revista Dialectus
Citação: MOSCATELI, Renato. Ainda devemos falar de virtude cívica? O lugar da moral na política republicana segundo Rousseau e Sandel. Revista Dialectus, Fortaleza (CE), ano 8, n. 15, p. 288-303, ago./dez. 2019.
Resumo: Em diversas de suas obras, Jean-Jacques Rousseau ressaltou a importância política dos componentes morais imprescindíveis a uma república bem ordenada, onde a virtude deveria estar presente em todos os cidadãos, a fim de que o interesse comum prevalecesse. No Discurso sobre as ciências e as artes, por exemplo, ao comparar sua época com os tempos em que os espartanos e os romanos deram grandes exemplos de patriotismo, o filósofo comentou que “os políticos antigos falavam sem cessar de costumes e de virtude; os nossos só falam de comércio e de dinheiro”, enfatizando assim uma diferença que demonstrava, em sua visão, o quanto a política havia se deteriorado ao longo dos séculos. Em contraposição a esse declínio, o pensador genebrino conferiu um lugar central aos costumes e à opinião pública, à religião civil e à educação para fomentar a união da comunidade e deliberações soberanas nas quais a vontade geral se expressasse claramente, em qualquer que seja o Estado republicano digno desse nome. Em nossa própria época, é digno de nota que o filósofo americano Michael J. Sandel tem produzido textos que denunciam o esvaziamento do espaço público de conteúdos morais e religiosos − segundo ele, uma consequência da proposta liberal de neutralidade frente às distintas concepções de bem dos cidadãos −, o que o autor entende ser nocivo às democracias contemporâneas, visto que leva ao empobrecimento das deliberações políticas. Para ele, é fundamental que tais conteúdos possam contribuir para promover as virtudes necessárias ao exercício da cidadania republicana, sem as quais as práticas do autogoverno seriam inviáveis. Diante disso, minha intenção é tomar as ideias de Rousseau e de Sandel como referência para discutir o lugar que a moral pode ocupar na política das repúblicas, sobretudo no contexto atual, não somente como um fator potencialmente positivo, mas também em termos de certos riscos que sua presença no espaço público é capaz de trazer.
Abstract: In several of his works, Jean-Jacques Rousseau stressed the political importance of the moral components essential to a well-ordered republic, where virtue should be present in all citizens, so that the common interest prevails. In his Discourse on the Sciences and the Arts, for example, by comparing his epoch to the times when Spartans and Romans gave great examples of patriotism, the philosopher commented that “Ancient politicians talked incessantly about morality and virtue; our politicians talk only about business and money”, thus emphasizing a difference that showed, in his view, how much politics had deteriorated over the centuries. In opposition to such decline, the Geneva's thinker gave a central place to customs and public opinion, to civil religion and education in order to foster community's unity and sovereign deliberations in which the general will expresses itself clearly, in all the republican states worthy of this name. In our own time, it's noteworthy that the American philosopher Michael J. Sandel has produced texts to denounce the emptying of the public space regarding to moral and religious content ‒ according to him, a consequence of the liberal proposal of neutrality towards citizens' different conceptions of good ‒ which the author considers to be harmful to contemporary democracies, since it leads to the impoverishment of political deliberations. For him, it's fundamental that such content can contribute to promote the virtues necessary for the exercise of republican citizenship, without which the practices of self-government would be infeasible. In the light of this, my intention is to take the ideas of Rousseau and Sandel as a reference to discuss the place that morality can occupy in republics' politics, especially in the present context, not only as a potentially positive factor, but also by considering certain risks that its presence in the public space is capable of bringing. 1 Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas. Professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás. E-mail: rmoscateli@hotmail.com
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50222
ISSN: 2317-2010
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