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Tipo: Tese
Título: Rodolfo Teófilo polemista: a crítica polêmica como estratégia de glorificação literária
Autor(es): Pinheiro, Charles Ribeiro
Orientador: Silva, Odalice de Castro
Palavras-chave: Rodolfo Teófilo;Polémica;Crítica;Champ littéraire;Glorification
Data do documento: 2019
Citação: PINHEIRO, Charles Ribeiro. Rodolfo Teófilo polemista: a crítica polêmica como estratégia de glorificação literária. 2019. 333f. - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará - Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2019.
Resumo: Rodolfo Teófilo (1853-1932) foi um intelectual multifacetado, que se destacou como cientista e homem de letras. Produziu obras historiográficas, de divulgação científica, crônicas, memórias, ficção, poesia e, esporadicamente, crítica. Como não foi um crítico profissional, os textos que escreveu foram reações aguerridas contra juízos desfavoráveis à sua obra, tal como a famosa contenda com Adolfo Caminha, em virtude da recepção de seu primeiro romance, A fome (1890). Por meio de dois artigos no jornal O pão (1895), da Padaria Espiritual, ele defendeu a sua missão literária e desqualificou Caminha como romancista. Constatamos que não existe polêmica sem a leitura conflitiva do outro, pois é oriunda do espírito crítico da era moderna. Os jornais e revistas serviam de ‘cenário’ (Maingueneau, 2001) para as interações polêmicas entre os escritores, tanto para conquistar a opinião pública, quanto para transformar a palavra em arma para demolir o adversário. Ruth Amossy (2005) considera que todo ato de tomar a palavra implica a configuração de uma imagem de si, que colabora na construção de uma reputação literária. O choque entre opiniões antagônicas dissimula várias tensões entre projetos estéticos e civilizatórios, entre gerações artísticas, entre instituições literárias (coteries) e entre indivíduos que almejam a perduração de seus nomes, ou seja, a “mortal imortalidade” (Castagnino,1969). A presente pesquisa pretende investigar as polêmicas literárias de Rodolfo Teófilo, enfatizando os textos críticos publicados na imprensa cearense, como estratégias para atingir a glorificação literária. O escritor confrontou Adolfo Caminha, José Veríssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, Osório Duque Estrada e Meton de Alencar em textos estampados em diversos periódicos, posteriormente reunidos na obra Os meus zoilos (1924). O livro dialoga intensamente com os debates da inteligência nacional do final do século XIX, os quais revelam tensões entre vários centros literários, tais como o Rio de janeiro, Recife e Fortaleza. O escritor integra uma tradição de polemistas brasileiros, a qual teve como importantes representantes José de Alencar e Silvio Romero. Para o desenvolvimento da pesquisa, situamos Rodolfo Teófilo na agitada vida cultural de Fortaleza, bem como a sua participação em várias agremiações literárias. Para o exame da ideia de glorificação literária, apoiamo-nos em O que é a literatura?, de Jean Paul Sartre (1ª ed. 1947), e O que é literatura?, de Raul Castagnino (1969); além de T. S. Eliot com o ensaio “Tradição e talento individual” (1989) e Pierre Bourdieu, com a categoria “consagração” (1996). Para o estudo do caráter discursivo da polêmica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polêmica (2017), Dominique Maingueneau, com a perspectiva da polêmica como interincompreensão, em Sémantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literária (2001) e Gênese dos discursos (2005), a teoria de campo literário de Pierre Bourdieu, em As regras da Arte (1996) e a interpretação da literatura como um ‘esporte de combate’ (2017) de Antoine Compagnon. O embasamento historiográfico para o estudo da crítica e polêmica no Brasil: de Sílvio Romero, História da literatura brasileira, 2 volumes (1888), José Veríssimo, História da Literatura Brasileira (1916) e Estudos de literatura brasileira, 6 séries (1901-1907) e Araripe Jr. Júnior, Obra Crítica (1958-1966) 5 volumes. Também contribuíram para o enriquecimento dessa pesquisa: Alfredo Bosi (1992) e (2002); Roberto Ventura (1991); Antônio Cândido (1959) e (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); João Alexandre Barbosa (1974), (1996) e (2002); João Cezar de Castro Rocha (2011) e (2013) e Sânzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) e (2011).
Resumen: Rodolfo Teófilo (1853-1932) fue un intelectual de múltiples faces, que se destacó como científico y hombre de letras. Produjo obras historiográficas, de divulgación científica, crónicas, memorias, ficción, poesía y, ocasionalmente, crítica. Como no fue un crítico profesional, los textos que escribió fueron reacciones aguerridas contra juicios desfavorables a su obra, tal como la famosa contienda con Adolfo Caminha, en virtud de la recepción de su primera novela, A fome (1890). A través de dos artículos del periódico O Pão (1895), de la Padaria Espiritual, él defendió su misión literaria y descalificó Caminha como novelista. Constatamos que no existe polémica sin lectura conflictiva del otro, puesto que es oriunda del espíritu de la era moderna. Los periódicos y revistas servían de ‘escenario’ (Maingueneau, 2001) para las interacciones polémicas entre los escritores, tanto para conquistar la opinión pública, como para transformar la palabra en arma para demoler el adversario. Ruth Amossy (2005) considera que todo acto de tomar la palabra implica la configuración de una imagen de sí, que colabora en la construcción de una reputación literaria. El choque entre opiniones antagónicas disimula varias tensiones entre proyectos estéticos y civilizador, entre generaciones artísticas, entre instituciones literarias (círculos) y entre individuos que anhelan la perduración de sus nombres, o sea, la “mortal inmortalidad” (Castagnino,1969). El presente trabajo pretende investigar las polémicas literarias de Rodolfo Teófilo, enfatizando los textos críticos publicados en la prensa de Ceará, como estrategias para alcanzar la glorificación literaria. El escritor confrontó Adolfo Caminha, José Veríssimo, Rodrigues de Carvalho, Gomes de Matos, Osório Duque Estrada y Meton de Alencar en textos estampados en diversos periódicos, posteriormente reunidos en la obra Os meus zoilos (1924). El libro dialoga intensamente con los debates de la inteligencia nacional del final del siglo XIX, los cuales revelan tensiones entre varios centros literarios, tales como Rio de Janeiro, Recife y Fortaleza. El escritor integra una tradición de polemistas brasileños, la cual tuvo como importantes representantes José de Alencar y Silvio Romero. Para el desarrollo de la investigación, ubicamos Rodolfo Teófilo en la agitada vida cultural de Fortaleza, así como su participación en varias agremiaciones literarias. Para el examen de la idea de glorificación literaria, nos apoyamos en O que é a literatura?, de Jean Paul Sartre (1ª ed. 1947), y O que é literatura?, de Raul Castagnino (1969); además de T. S. Eliot con su ensayo “Tradição e talento individual” (1989) y Pierre Bourdieu, con la categoría “consagración” (1996). Para el estudio del carácter discursivo de la polémica utilizamos Ruth Amossy, Apologia da polêmica (2017), Dominique Maingueneau, con la perspectiva de la polémica como interincomprensión, en Sémantique de la polemique, (1983), O contexto da obra literária (2001) y Gênese dos discursos (2005), la teoria de campo literario de Pierre Bourdieu, en Regras da Arte (1996) y la interpretación de la literatura como un ‘deporte de combate’ (2017) de Antoine Compagnon. La base historiográfica para el estudio de la crítica y polémica en Brasil: de Sílvio Romero, História da literatura brasileira, 2 volúmenes (1888), José Veríssimo, História da Literatura Brasileira (1916) y Estudos de literatura brasileira, 6 series (1901-1907) y Araripe Jr. Júnior, Obra Crítica (1958-1966) 5 volúmenes. También contribuyeron para el enriquecimiento de esta investigación: Alfredo Bosi (1992) y (2002); Roberto Ventura (1991); Antônio Cândido (1959) y (1988); Luiz Roberto Veloso Cairo (1996); Hans Robert Jaus (2004); Alberto Ferreira (1988); João Alexandre Barbosa (1974), (1996) y (2002); João Cezar de Castro Rocha (2011) y (2013) y Sânzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) y (2011).
Résumé: Rodolfo Teófilo (1853 – 1932) était un intellectuel aux multiples facettes, qui s’est distingué en tant que scientifique et homme de lettres. Il a produit des oeuvres historiographiques, des diffusions scientifiques, des chroniques, mémoires, fictions, poésies et, sporadiquement, des critiques. N’étant pas un critique professionnel, les textes qu’il a écrits étaient des réactions féroces contre des jugements défavorables à son oeuvre, comme la fameuse querelle avec Adolfo Caminha, en vertu de la réception de son premier roman, A fome (1890). À travers deux articles dans le journal O pão (1890), de la Padaria Espiritual, il a défendu sa mission littéraire et il a disqualifié Caminha en tant que romancier. Nous constatons qu’il n’y a pas de polémique sans la lecture conflictuelle de l’autre, car elle vient de l’esprit critique de l’ère moderne. Les journaux et les magazines ont servi de « scénario » (Maingueneau, 2001) aux interactions polémiques entre les écrivains, à la fois pour gagner l’opinion publique et pour transformer le mot en une arme pour démolir l’adversaire. Ruth Amossy (2005) considère que tout acte de prise de parole implique la configuration d’une image de soi, qui contribue à la construction d’une réputation littéraire. La confrontation d’opinions antagonistes dissimule diverses tensions entre projets esthétiques et civilisateurs, entre générations artistiques, entre institutions littéraires (coteries) et entre individus qui aspirent à la perduration de leurs noms, à savoir, la ‘mortelle immortalité” (Castagnino, 1969). La présente recherche a pour objectif d’enquêter sur les polémiques littéraire de Rodolfo Teófilo, en mettant l’accent sur les textes critiques publiés dans la presse cearense, en tant que stratégies pour atteindre la glorification littéraire. L’écrivain a confronté Adolfo Caminha, à José Veríssimo, à Rodrigues de Carvalho, à Gomes de Matos, à Osório Duque Estrada et à Meton de Alencar dans les textes imprimés dans plusieurs périodiques, réunis ensuite dans l’oeuvre Os meus zoilos (1924). Le livre dialogue de manière intense avec les débats de l’intelligence nationale de la fin du XIXe siècle, qui révèlent tensions entre divers centres littéraires, comme Rio de Janeiro, Recife et Fortaleza. L’écrivain intègre une tradition de polémistes brésiliens, qui a eu comme importants représentants José de Alencar et Silvio Romero. Pour le développement de la recherche, nous avons situé Rodolfo Teófilo dans la vie culturelle trépidante de Fortaleza, ainsi que sa participation à diverses associations littéraires. Pour l’examen de l’idée de glorification littéraire, nous nous sommes appuyés sur Qu’est-ce que la littérature ? (1er éd. 1947), et O que é literatura?, de Raul Castagnino (1969), et en outre sur l’essai de T. S. Eliot “La tradition et le talent individuel” (1989) et Pierre Bourdieu, avec la catégorie « consécration » (1996). Pour l’étude du caractère discursif de la polémique, nous avons utilisé Ruth Amossy, Apologie de la polémique (2017), Dominique Maingueneau, avec la perspective de la polémique comme intercompréhension dans Sémantique de la polémique, (1983), Le contexte de l’oeuvre littéraire (2001) et Genèse du discours (2005), la théorie du champ littéraire de Pierre Bourdieu, dans Les règles de l’art (1996) et l’interprétation de la littérature comme un « sport de combat » (2017) d’Antoine Compagnon. Les bases historiographiques pour l’étude de la critique et de la polémique au Brésil s’appuient sur : de Sílvio Romero, História da literatura brasileira, 2 volumes (1888), José Veríssimo, História da Literatura Brasileira (1916) et Estudos de literatura brasileira, 6 séries (1901 – 1907) et Araripe Jr. Júnior, Obra Crítica (1958 – 1966), 5 volumes. Ils ont aussi contribué à l’enrichissement de cette recherche : Alfredo Bosi (1992) et (2002) ; Roberto Ventura (1991) ; Antônio Cândido (1959) et (1988) ; Luiz Roberto Veloso Cairo (1996) ; Hans Robert Jaus (2004) ; Alberto Ferreira (1988); João Alexandre Barbosa (1974), (1996) et (2002) ; João Cezar de Castro Rocha (2011) et (2013) et Sânzio de Azevedo (1976), (1982), (1999) et (2011).
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/41357
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