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Tipo: Dissertação
Título: A prevalência da cárie dentária em crianças com paralisia cerebral
Autor(es): Medeiros, Kátia Linhares da Ponte
Orientador: Almeida, Maria Eneide Leitão de
Palavras-chave: Cárie Dentária;Paralisia Cerebral;Saúde Bucal;Índice CPO
Data do documento: 27-Fev-2019
Citação: MEDEIROS, K. L. P. A prevalência da cárie dentária em crianças com paralisia cerebral. 2019. 79 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
Resumo: Diante da relevância da atenção em saúde bucal no contexto do atendimento integral à saúde de crianças com paralisia cerebral (PC) e entendendo o papel da cárie dentária como fator de destaque entre as enfermidades bucais, surgiu a necessidade de investigar essa parcela da população. O objetivo foi analisar a prevalência da cárie dentária e fatores relacionados. Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo transversal, com abordagem quantitativa, em que participaram da pesquisa 102 pessoas, sendo 51 crianças com paralisia cerebral e seus 51 cuidadores responsáveis principais vinculados ao Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce (NUTEP). Para avaliar a cárie dentária foi utilizado o índice de CPOD/ceod. Foi aplicado, também, um formulário destinado aos cuidadores das crianças, para avaliação de fatores que possam estar relacionados à cárie dentária no grupo pesquisado. Os dados obtidos foram expressos em forma de frequência absoluta e percentual no software Statistical Packcge for The Social Sciences, versão 17,0 para Windows, adotando uma confiança de 95%, sendo analisados por meio do teste Qui-quadrado e exato de Fisher. Como resultados, observou-se que a renda familiar da maioria das crianças (52,97%) era baixa, e apenas 25,49% das crianças faziam higiene bucal 3 vezes ou mais por dia. Sobre os cuidadores, 58,82% afirmavam encontrar dificuldades para realização de higiene bucal da criança, e a sobrecarga do cuidador foi o fator limitante da frequência de higiene bucal da criança mais vezes mencionado (41,86%). Das crianças que faziam alimentação oral, 69,41% consumiam alimentos açucarados 3 vezes ou mais por dia, e 45,09% das crianças investigadas nunca foram levadas a uma consulta odontológica. Entre as crianças que já se consultaram com o cirurgião-dentista, 42,85% delas procuraram serviços públicos de saúde da atenção primária e secundária. Quanto à prevalência da cárie, 37,25% das crianças possuíam experiência de cárie e 33,33% possuíam a doença sem tratamento. Quanto à severidade, o CPO-D médio foi de 0,47 e o ceo-d médio foi de 1,29. Foi encontrada relação significativa positiva entre ceo-d e existência de limitadores da frequência de higiene bucal (p = 0,013); e entre o CPO-D e a presença de deficiência intelectual (p = 0,048) e local de preferência da busca por atendimento odontológico (p = 0,013). Concluiu-se que 1/3 das crianças pesquisadas possuía dente cariado, necessitando de real acompanhamento profissional em relação à saúde bucal; além disso, observou-se a existência de fatores ligados à presença de deficiência intelectual, à existência de limitações da frequência de higiene bucal e a serviços odontológicos utilizados que podem contribuir para o desenvolvimento de cárie dentária nas crianças, sendo então necessárias políticas públicas que atuem de forma a facilitar o acesso ao serviço de saúde bucal ligado à promoção de saúde, prevenção e tratamento de agravos. Sugere-se, portanto, a inserção do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar de intervenção precoce e reabilitação que acompanha rotineiramente as crianças.
Abstract: Given the relevance of oral health care in the context of comprehensive health care for children with cerebral palsy (CP) and understanding the role of dental caries as a prominent factor among oral diseases, there was the need to study this population group. The objective was to analyze prevalence of dental caries and related factors. A quantitative epidemiological cross-sectional study was carried out with 102 people: 51 children with cerebral palsy and their 51 main caregivers served by the Center for Early Intervention and Treatment (Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce – NUTEP). The deft/DMFT index was used to assess dental caries status. A formulary was also administered to the children’s caregivers to assess factors that may be related to dental caries in the analyzed group. The obtained data were described as absolute and percentage frequency and analyzed using chi-squared and Fisher’s Exact tests. The Statistical Package for the Social Sciences version 17.0 for Windows was used with a confidence interval of 95%. The household income of most children (52.97%) was low and only 25.49% of the children performed oral hygiene 3 times or more a day. A total of 58.82% of the caregivers reported difficulties in performing children’s oral hygiene and caregiving burden was mostly cited (41.86%) as a factor that limited the frequency of children’s oral hygiene. In all, 69.41% of the children who received oral feeding consumed sugary foods 3 times or more a day and 45.09% of the analyzed children were never taken to a dental appointment. A total of 42.85 % of the children who had already consulted with a dental surgeon did it in public health services of primary and secondary care. Regarding the prevalence of caries, 37.25% of the children had had caries experience and 33.33% presented untreated caries. As for severity, the mean DMFT score was 0.47 and the mean deft score was 1.29. There was a significant positive relationship between deft index and presence of factors that limited oral hygiene frequency (p = 0.013) and between DMFT index and presence of intellectual disability (p = 0.048) and preferred place for dental care (p = 0.013). In conclusion, one third of the analyzed children had decayed tooth and hence needed real professional oral health care. In addition, there were factors related to the presence of intellectual disability, the existence of limitations in oral hygiene and dental services used that may have contributed to the development of dental caries in the children. Therefore, public policies are needed to facilitate access to oral health services focused on health promotion and disease prevention and treatment. Given that, dental surgeons should be included into the early intervention and rehabilitation multidisciplinary team responsible for routinely following the children.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40185
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