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Tipo: Tese
Título: Genotipagem da apolipoproteína E e sua associação com déficits cognitivos em crianças com diarréia e desnutrição no nordeste do Brasil
Título em inglês: APOE genotyping and its association with cognitive deficits in children with diarrhea and malnutrition in the Northeast-Brazil
Autor(es): Oriá, Reinaldo Barreto
Orientador: Costa , Carlos Maurício de Castro
Palavras-chave: Diarréia;Neurociências;Doenças Transmissíveis
Data do documento: 2004
Citação: ORIÁ, R. B. Genotipagem da apolipoproteína E e sua associação com déficits cognitivos em crianças com diarréia e desnutrição no nordeste do Brasil. 2004. 200 f. Tese (Doutorado em Farmacologia) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004.
Resumo: Os polimorfismos da apolipoproteína E (APOE) têm se constituído no principal método para identificar grupos de risco para desenvolver a doença de Alzheimer de início tardio e para servir de prognóstico da recuperação da função cognitiva após traumatismo craniano. Entretanto, o impacto da APOE no desenvolvimento cognitivo de crianças de áreas pobres do Brasil, onde nós já temos encontrado associações profundas e significativas entre os eventos de diarréia infantil precoce (aos 0-2 anos de idade) com o comprometimento duradouro do crescimento, cognição e performance escolar, não é ainda conhecido. Portanto, nós conduzimos um estudo da genotipagem da APOE em 72 crianças da Comunidade Gonçalves Dias, em Fortaleza, Nordeste do Brasil, acompanhadas por um projeto coorte desde o nascimento, utilizando DNA extraído de amostras de células bucais. Nesse trabalho, encontramos uma elevada freqüência dos alelos da APOE4 (18% vs 9-11% esperada) em crianças com baixa morbidade de diarréia. Quando avaliamos as crianças que apresentaram elevada morbidade de diarréia (+/- mediana de 7 episódios nos primeiros 2 anos de vida), àquelas portadores do alelo APOE4 mostraram uma melhor performance cognitiva no subteste de coding (39 +/- 9,9; n=7, p=0,01), quando comparadas com crianças negativas para o alelo APOE4 com similar morbidade de diarréia (25 +/- 12,7; n=27). Correlações positivas entre a ocorrência do alelo APOE4 e os escores de coding permaneceram, mesmo após controlar para renda familiar, educação materna e aleitamento materno (p<0,05). Além disso, o grupo positivo para APOE4, com elevada morbidade de diarréia, preservou a fluência semântica e a diferença média dos escores de fluência semântica (DIFF), n=73, p=0,025, um coeficiente padrão para avaliar o impedimento desproporcional da fluência verbal. Nossos achados, portanto, mostram que o alelo APOE4 é relativamente comum em crianças da Comunidade Gonçalves Dias, no Nordeste do Brasil, e sugerem um papel protetor do alelo APOE4 em crianças com história de alta morbidade de diarréia nos primeiros dois anos de idade.
Abstract: Polymorphisms in the apolipoprotein E (APOE) have constituted the major rationale to identify potential risk groups for developing late-onset Alzheimer's disease and help to predict recovery of cognitive function after brain injury. However, the APOE impact on cognitive development in children living in poor areas of the developing world, where we have discovered profound significant associations of early childhood diarrhea (at 0-2 yo) with lasting impairments of growth, cognition and school performance, is not known. Therefore, we conducted APOE genotyping in 72 Brazilian shantytown children under active surveillance since birth, using purified DNA extracted from buccal cell samples. We found a high frequency of APOE4 alleles (18% vs 9-11% expected) in children with lower diarrhea burdens. When we examined the children who experienced the heavier diarrhea burdens (+/- median of 7 illnesses in the first 2 years of life), those with APOE4 did significantly better in the coding subtest (39 +/- 9.9; n=7, p=0.01), when compared with APOE4 negative children with similar diarrhea burdens (25 +/- 12.7; n=27). Positive correlations between the APOE4 occurrence and coding scores remained even after adjusting for family income, maternal education and breast-feeding (p<0.05). Moreover, the APOE4 positive group, under heavy burdens of diarrhea, preserved semantic fluency and the mean difference in fluency scores (DIFF), n=73, p=0.025, a standardized coefficient for disproportional verbal fluency impairment. Our findings show that APOE4 is relatively common in children from the Gonçalves Dias Community in the Northeast Brazil and suggest a protective role of APOE4 allele in children with a history of heavy burdens of diarrhea in their first 2 years of life.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3844
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