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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/33106
Tipo: | Tese |
Título: | Webuniversitários: um estudo sobre as relações constitutivas de identidades no ciberespaço da educação superior a distância |
Autor(es): | Bezerra, Carlos Alberto dos Santos |
Orientador: | Gonçalves, Danyelle Nilin |
Palavras-chave: | Webuniversitário;Educação a Distância;Identidade;Cyberspace;Distance education |
Data do documento: | 2017 |
Citação: | Santos, C. A. S.; Gonçalves, D. N. (2017) |
Resumo: | A pesquisa partiu da hipótese de que a identidade do webuniversitário teria a dimensão indivi- dual como a chave de sua interpretação, marcadamente descomprometida: embora esteja em uma comunidade, a ela pouco ou em nada quer estar ligado. Tratou-se de uma pesquisa analítica, indutiva e qualitativa, cujos procedimentos e técnicas foram os levantamentos bibliográfico e documental, e as observações participante e não participante em campo ou on-line, tanto na modalidade lucker quanto na modalidade insider. O primeiro momento da pesquisa foi a observação direta extensiva, entre setembro de 2014 e junho de 2015, com questionário de trinta e duas questões, construído na ferramenta virtual google forms, encaminhado aos alunos via e-mail. A amostragem da observação extensiva foi não probabilística, arbitrária e por conveniência: aproximadamente 4,1 mil alunos foram estimulados à participação, tendo respondido 256. O dados foram tabulados pelo google forms e também importados em excel. O segundo momento da pesquisa de campo foi a observação direta intensiva com 13 sujeitos. Na pesquisa, a hipótese inicial foi confirmada: o webuniversitário pesquisado não toma como relevantes ou essenciais as interações com seus tutores ou colegas: não há o “nós” em sua fala; também não percebe como relevantes ou essenciais as práticas nos lugares presenciais da cibereducação, disponibilizados em seu polo; o webuniversitário privilegia o AVA, as interações estritamente virtuais. O principal monumento da cibereducação está fora dela: o diploma; o lugar é o AVA e o não lugar mais importante é a fila para realizar as provas. O público mapeado foi composto predominantemente por “nativo digital”, portanto, por jovem que possui familiaridade com o mundo virtual; ele escolheu a EaD por se adaptar à sua rotina, às suas obrigações familiares ou de trabalho; ele não se vê como um “comprador de diplomas” e se defende como um estudante, elegendo a disciplina, a determinação e a dedicação como virtudes essenciais para aqueles que querem aprender a distância; embora não se sinta integrado à comunidade acadêmica, não se sente desvalorizado diante do aluno presencial, mas de igual valor, porque sua relação é “de consumo”; ele indica, já indicou, pretende fazer novos cursos em EaD e não pretende trocar pela educação presencial; ele está em constantes interações com simulacros de professores, simulacros de coordenadores, simulacros de colegas, pois não lhe são reais, mas projeções de imagens idealizadas de personagens reais, cujo distanciamento resulta no ensimesmamento: fortalece-se a identidade-eu em detrimento de uma percepção coletiva da identidade-nós. Observou-se ainda importante receio de ter sua condição de portador de um diploma em EaD descoberta, pairando sobre ele o estigma do “diploma simulacro”. Os desafios da empregabilidade do diploma em EaD foram compreendidos a partir do espaço da formação profissional, marcado por um complexo jogo de lutas ou interesses entre organizações de classe, compradores de trabalho, sistemas formais de ensino e poder público, ou seja, entre os que defendem, os que compram, os que produzem e os que regulam os diplomas. |
Abstract: | The research started from the hypothesis that the identity of the web-university student would have the individual dimension as the key of their interpretation, thoroughly uncompromised: despite being in a community, they hardly want to be connected to it. It was an analytical, inductive and qualitative research, whose procedures and techniques included bibliographic and documentary surveys, and observations were participant and nonparticipant in campus or online, both for lucker and insider modes. The first moment of the research was the extensive direct observation between September 2014 and June 2015, with a questionnaire of 32 questions, virtually available as a tool on google forms, sent to students via e-mail. Extensive observation sampling was probabilistic, not arbitrary and by convenience: approximately 4100 students were encouraged to participate, 256 having answered. The data was tabulated by google forms and also imported into Excel. The second moment of the field research was the intensive direct observation with 13 people. In the survey, the initial hypothesis was confirmed: the web-university student approached does not take as relevant or essential interactions with their mentors or colleagues: there is no "us" in their speech; also, they do not consider as relevant or essential practices in the classroom of ciber-education, available in their campus; the web-university student highlights the AVA (Student Virtual Environment), the strictly virtual interactions. The main monument of cyber-education is out of it: the diploma; AVA is the place and the most important non-place is in the queue to take the tests. The audience was composed predominantly by "virtual-native people”, that is to say, by young people who are familiar with the virtual world; they have chosen Distant Learning once it adjusts to their routine, their family or work obligations. They don’t see themselves as a "buyer of diplomas" and defend themselves as a student, with discipline, determination and dedication as essential virtues for those who want to learn online, although they do not feel integrated in the academic community, not feeling devalued before the student who attends classes, but of equal value, because their relationship is that of "consumption". They recommend, have already recommended and intend to take other E-learning courses and do not intend to change the classroom education profile. They are constantly interacting with simulacra of teachers and coordinators, simulacra of their colleagues, for they are not real to them, but projections of idealized images of real characters, whose distance results in self-absorbed reaction: the I-identity is strengthened at the expense of a collective perception of the we-identity. Another relevant aspect noticed was the fear of having people discovering that they had a diploma from a distant learning course, hovering over them the stigma of possessing a "simulacrum" of a diploma. The challenges of employability of the diploma from adistant learning course were understood from the professional training environment, marked by a complex game of fights or interest among organizations of class, work buyers, formal teaching systems and public authorities, i.e. among those who defend, those who buy, those who produce and those who regulate the diplomas. |
Descrição: | BEZERRA, Carlos Alberto dos Santos. Webuniversitários: um estudo sobre as relações constitutivas de identidades no ciberespaço da educação superior a distância. 2017. 219f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2017. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/33106 |
Aparece nas coleções: | PPGS - Teses defendidas na UFC |
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