Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/25309
Tipo: TCC
Título: Análise do perfil dos óbitos maternos de uma maternidade no Nordeste do Brasil
Autor(es): Freitas, Igor de
Orientador: Castro, Régia Christina Moura Barbosa
Palavras-chave: Morte Materna;Saúde da Mulher;Mortalidade Materna
Data do documento: 2016
Citação: FREITAS, I. Análise do perfil dos óbitos maternos de uma maternidade no Nordeste do Brasil. 2016. 57 f. Monografia (Graduação em Enfermagem) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.
Resumo: A perda de uma mulher no período gravídico-puerperal configura-se como evento que finaliza, de forma trágica, o processo natural de reprodução. Para a Organização Mundial da Saúde, Morte Materna é definida como o óbito da mulher durante a gestação ou dentro de um período até 42 dias após seu término, independentemente da duração ou localização da gravidez, devido a qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação ou por medidas em relação a ela, excetuando-se causas acidentais ou incidentais. O estudo objetivou conhecer o perfil sociodemográfico, obstétrico e clínico dos óbitos maternos de uma maternidade pública do nordeste do Brasil. Trata-se de pesquisa descritiva, documental de natureza quantitativa desenvolvida na Maternidade Escola Assis Chateaubriand. A coleta de dados foi efetuada durante o mês de agosto de 2016, a partir dos prontuários de pacientes que foram a óbito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Materna da instituição no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015. Amostra composta por 47 prontuários evidenciou prevalência de mulheres com idade entre 20 e 29 anos (55,3%), solteiras (40,4%), com grau de escolaridade entre ensino fundamental completo/incompleto (48,9%). Os resultados indicaram maior número de mulheres “do lar” (34%), procedentes do interior (61,7%) e pardas (59,6%). Prevaleceram mulheres com duas a três gestações anteriores (36,2%), um parto anterior (31,9%), sem histórico de abortos (68,1%). Encontraram-se registros referentes ao acompanhamento pré¬natal em 36,2% dos prontuários, com maior número de mulheres tendo realizado entre uma e cinco consultas. Houve registros de antecedentes obstétricos patológicos, com maior número de fígado esteatótico da gravidez (4,3%). Antecedentes clínicos mais recorrentes foram cardiopatias (6,4%). O fator de risco na gestação que prevaleceu foi infecção urinária (14,9%), e os diagnósticos na admissão na UTI mais recorrentes foram infecção (36,2%), hemorragia (25,5%) e Síndrome de Hellp (19,1%). A média da Pressão Arterial Sistólica na admissão foi de 109,1 mmHg, da Pressão Arterial Diastólica 64,9mmHg; a glicemia capilar média foi de 152 mg/dl. Durante a internação na UTI 70,2% das mulheres fizeram exames de hemograma e eletrólitos. Quanto ao sumário de urina, 25,5% realizaram esse exame, com presença de indícios de infecção urinária em 83,3%. No exame de cultura de urina, realizado em 27,7% das mulheres, 76,9% identificaram unidades formadoras de colônias. A hemoterapia foi indicada em 76,6% dos casos, com destaque para a transfusão de hemácias (70,2%). Na maior parte dos casos o desfecho da gestação foi cirurgia cesariana (58,7%), ocorrida na maternidade (67,6%), indicada principalmente por DHEG/Eclampsia (26%). 96,7% dos partos/abortos foram acompanhados por médico obstetra. O momento do óbito prevalente foi o puerpério (76,6%), com causa relacionada a infecção (27,7%). 97,9% dos casos se configuraram como óbitos maternos, por causas obstétricas diretas (59,6%) e foram declarados (87,2%). Conclui-se que o perfil indica mulher com baixo nível socioeconômico, perfil gineco-obstétrico evidenciando riscos durante a gestação e admissão na UTI em quadro grave. Entende-se que considerável parte dos óbitos decorreu de causas evitáveis, mediante acompanhamento e assistência pré-natal adequados. Houve falhas nos registros acerca de informações relevantes, indicando necessidade de melhor preenchimento desses dados.
Abstract: The loss of a woman in the pregnancy-puerperal period is an event that ends, in a tragic way, the natural process of reproduction. For the World Health Organization, Maternal Death is defined as the death of a woman during pregnancy or within a period up to 42 days after its termination, regardless of the duration or location of the pregnancy, due to any cause related or aggravated by pregnancy or With respect to it, except for incidental or consequential causes. The study aimed to know the sociodemographic, obstetric and clinical profile of the maternal deaths of a public maternity hospital in northeastern Brazil. It is a descriptive, documentary research of a quantitative nature developed in the Maternity School Assis Chateaubriand. Data collection was performed during the month of August 2016, from the medical records of patients who died at the Maternal Intensive Care Unit (ICU) of the institution from January 2010 to December 2015. The sample consisted of 47 (55.3%), unmarried (40.4%), with a grade of schooling between complete / incomplete elementary school (48.9%). The results indicated a higher number of "domestic" women (34%), from the interior (61.7%) and brown women (59.6%). Prevalence of women with two to three previous pregnancies (36.2%), one previous birth (31.9%), and no history of abortions (68.1%). Records of prenatal follow-up were found in 36.2% of the medical records, with a greater number of women having had between one and five visits. There were records of pathological obstetric antecedents, with a higher number of pregnancy steatotic liver (4.3%). The most recurrent clinical history was heart disease (6.4%). Infection (36.2%), haemorrhage (25.5%) and Hellp syndrome (19.1%) were the most frequent risk factor in preterm gestation (14.9%), 1%). The mean systolic blood pressure at admission was 109.1 mmHg, Diastolic Blood Pressure 64.9 mmHg; Mean capillary glycemia was 152 mg / dL. During ICU admission, 70.2% of the women had blood counts and electrolytes. Regarding the urine summary, 25.5% performed this test, with signs of urinary infection in 83.3%. In the urine culture test, performed in 27.7% of the women, 76.9% identified colony forming units. Hemotherapy was indicated in 76.6% of the cases, with red blood cell transfusion (70.2%). In the majority of cases, the outcome of pregnancy was cesarean section surgery (58.7%), which occurred in the maternity ward (67.6%), indicated mainly by Specific Hypertensive Disease of Pregnancy / Eclampsia (26%). 96.7% of deliveries / abortions were followed up by an obstetrician. The prevalent death moment was the puerperium (76.6%), with cause related to infection (27.7%). 97.9% of the cases were classified as maternal deaths due to direct obstetric causes (59.6%) and were declared (87.2%). It is concluded that the profile indicates a woman with low socioeconomic level, gynecological-obstetric profile evidencing risks during pregnancy and admission to the ICU in a severe setting. It is understood that a considerable part of the deaths resulted from avoidable causes, through adequate prenatal care and assistance. There were flaws in the records regarding relevant information, indicating the need to better fill these data.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/25309
Aparece nas coleções:ENFERMAGEM - Monografias

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2016_tcc_ifreitas.pdf1,84 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.