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Tipo: Tese
Título: Morfofisiologia e trocas gasosas do capim Panicum Maximum BRS zuri sob salinidade e lâminas de irrigação
Título em inglês: Morfophisiology and gas exchanges of panicum maximum BRS zuri capim under salinity and irrigation depths
Autor(es): Camilo, Danilo de Araújo
Orientador: Carneiro, Maria Socorro de Souza
Palavras-chave: Crescimento;Déficit hídrico;Estresse salino;Morfogênese;Produção
Data do documento: 2017
Citação: CAMILO, Danilo de Araújo. Morfofisiologia e trocas gasosas do capim Panicum Maximum BRS zuri sob salinidade e lâminas de irrigação. 2017. 118 f. Tese (Doutorado em Zootecnia)–Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.
Resumo: Um dos desafios em viabilizar a implantação de sistemas de produção a pasto consiste na utilização de espécies forrageiras adaptadas às diferentes condições ambientais. Objetivou-se avaliar o crescimento e respostas morfofisiológicas por meio das características morfogênicas, estruturais, eficiência de uso da água e trocas gasosas do capim BRS Zuri em casa de vegetação. O delineamento experimental foi em blocos casualizados em parcelas subdivididas. O estudo foi realizado em duas fases: no experimento I (ciclos 1 e 2), as parcelas principais foram compostas pelos níveis de salinidade na água (0,5; 2,0; 4,0 e 6,0 dS m-1) e nas subparcelas lâminas de irrigação (60; 80; 100 e 120% da evapotranspiração). Em virtude dos efeitos severos dos níveis de salinidade sobre o desenvolvimento e consequente morte das plantas no nível de 6,0 dS m-1 foi dada continuidade ao estudo no experimento II (ciclos 3 e 4) em que utilizou-se o mesmo delineamento sendo substituídos os níveis de salinidade iniciais por 0,6; 1,8 e 3,0 dS m-1. Os níveis de salinidade de 4,0 e 6,0 dS m-1 causaram impactos severos sobre no desenvolvimento da cultivar BRS Zuri com diminuição nas taxas de crescimento (alongamento foliar e de colmos), dimensões foliares (comprimento, largura e área foliar), número de folhas vivas, perfilhamento, na proporção e produção de material verde (folhas e colmos) e aumento da proporção e produção da fração senescente. Nesses níveis de salinidade, as plantas desenvolveram estratégias de adaptação como a redução da área foliar e aumento na taxa de aparecimento foliar. Ocorreu também comprometimento da eficiência de uso da água e da atividade fotossintética sob maior salinidade. Contudo, as trocas gasosas foram favorecidas no nível de 4,0 dS m-1 em alta disponibilidade hídrica (lâminas de 100 e 120% da ET). O déficit hídrico proporcionado pelas lâminas de 60% da ET influenciou negativamente o crescimento e as trocas gasosas. Maior produtividade foi obtida na lâmina de 120% da ET. A cultivar apresentou potencial de recuperação do crescimento com a redução dos níveis de salinidade de até 3,0 dS m-1, conforme observado no experimento II. Níveis de salinidade de 4,0 e 6,0 dS m-1 inviabilizam o desenvolvimento e manutenção da cultivar BRS Zuri, pois decorrem em redução nas características morfofisiológicas relacionadas ao crescimento e produção. A cultivar BRS Zuri apresenta potencial de recuperação, contudo, os efeitos cumulativos da salinidade comprometem o aparato fisiológico ao longo do tempo, recomendando-se o uso de níveis de 2,0 dS m-1 (experimento I) ou 1,8 dS m-1 (experimento II) desde seja mantida sob disponibilidade hídrica elevada. O uso da lâmina de irrigação de 80% da ET pode ser viável em condições de baixa salinidade, uma vez que poucas características foram afetadas nessas condições. A lâmina de 60% da ET promove efeitos severos e deletérios nas características morfofisiológicas e estruturais da cultivar e, sob efeito da salinidade esses efeitos são intensificados. A avaliação das trocas gasosas e do índice de clorofila da folha deve ser realizado com cautela, pois outros fatores podem influenciar nas respostas dos tratamentos.
Abstract: A challenge in making pasture based production systems feasible is the use of forage species more adapted to different environmental conditions. The objective was to evaluate the growth and morphophysiological responses through the morphogenic and structural characteristics, water use efficiency and gas exchanges of BRS Zuri grass under greenhouse conditions. The experiment was arranged in a randomized block split-plot design. The study was performed in two phases: in experiment I, main plots were composed of salinity levels in water (0.5, 2.0, 4.0 and 6.0 dS m-1) and in the subplots (60, 80, 100 and 120% of the evapotranspiration - ET). Due to the severe effects of salinity levels on development and consequent death of plants at the level of 6.0 dS m-1, the study was continued in experiment II (cycles 3 and 4), where the same design was used and the initial salinity levels were replaced by 0.6; 1.8 and 3.0 dS m-1. Salinity levels of 4.0 and 6.0 dS m-1 caused severe impacts on the development of BRS Zuri cultivar with decrease in growth rates (leaf and stem elongation), leaf size (leaf length, width and area), number of live leaves, tillering, proportion and production of green material (leaves and stems) and increase in the proportion and production of the senescent fraction. At these salinity levels, plants developed adaptation strategies such as reduction of leaf area and increase in leaf appearance rate. Water use efficiency and photosynthetic activity were also compromised under higher salinity. However, gas exchanges were favored at the 4.0 dS m-1 level when under high water availability (irrigation depths of 100 and 120% ET). Water deficit provided by irrigation depth of 60% ET negatively influenced growth and gas exchanges. Higher productivity was obtained in irrigation depth of 120% ET. The cultivar presented growth recovery potential with the reduction of salinity levels up to 3.0 dS m-1 as observed in experiment II. Salinity levels of 4.0 and 6.0 dS m-1 are impracticable for development and maintenance of the BRS Zuri cultivar, as they result in a reduction in the morphophysiological characteristics related to growth and production. BRS Zuri cultivar presents growth recovery potential with the reduction of salinity levels, however, the cumulative effects of salinity compromise the physiological apparatus over time, recommending the maximum levels of 2.0 dS m-1 (experiment I) or 1.8 dS m-1 (experiment II) since maintained under high water availability. The use of the irrigation depth of 80% ET may be feasible under low salinity conditions, since few characteristics were affected under these conditions. Irrigation using 60% ET promotes severe and deleterious effects on the morphophysiological and structural characteristics of the cultivar and, under high salinity these effects are intensified. The evaluation of gas exchanges and leaf chlorophyll index should be carried out with caution, since other factors may influence treatment responses.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/23969
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