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Tipo: Artigo de Periódico
Título: Campos de concentração no Ceará: uma realidade retratada por Rachel de Queiroz em O Quinze (1930)
Autor(es): Câmara, Yzy Maria Rabelo
Câmara, Yls Rabelo
Palavras-chave: Seca;Campos de concentração;O Quinze;Drought
Data do documento: 2015
Instituição/Editor/Publicador: Revista Entrelaces
Citação: CÂMARA, Yzy Maria Rabelo; CÂMARA, Yls Rabelo. Campos de concentração no Ceará: uma realidade retratada por Rachel de Queiroz em O Quinze (1930). Revista Entrelaces, Fortaleza, ano 5, n. 6, p. 171-182, jul./dez. 2015.
Resumo: Quando falamos de campo de concentração, remetemo-nos automaticamente aos campos de extermínio nazista. Muitos de nós jamais desconfiaríamos que os tivemos entre nós, mais amenos, é bem verdade, ainda que igualmente insalubres, durante as estiagens de 1915 e 1934. Tanto para os nazistas, na II Guerra Mundial, como nós, há um século, a estratégia dos campos de concentração serviu com uma desculpa etnocêntrica. Em nosso caso, os flagelados da Seca do Quinze aterrorizaram Fortaleza, que naquele momento se estava estruturando arquitetonicamente com base nas ideias francesas difundidas pela Belle Époque. Uma vez que a ideia de isolar os párias logrou êxito, quando da estiagem seguinte, o mesmo se deu, desta vez, estendido a outros municípios do estado. Esta realidade ligada ao fenômeno das secas sazonais que nos castigam foi plasmada por Rachel de Queiroz em seu primeiro, inovador e premiado romance: O Quinze (1930). Cem anos depois desta estiagem emblemática, o panorama político que trata do tema ainda não foi alterado como deveria e o retrato do Nordeste estampado n‘O Quinze segue atual em muitos aspectos. Neste artigo buscamos mostrar esta realidade obscura que o horror da Seca do Quinze provocou: a criação de campos de concentração, campos de contenção que para uma grande parcela de seus confinados significou o reduto final. Assim sendo, neste levantamento bibliográfico, primeiramente nos centramos nos campos de concentração per se para em seguida voltarmos nosso olhar para a contextualização dos mesmos na obra-prima desta que é uma das escritoras brasileiras mais importantes de todos os tempos, a primeira a ser aceita na Academia Brasileira de Letras e que orgulhosamente pertenceu à nossa seara, ao nosso Ceará.
Abstract: When we talk about concentration camp, we automatically think about the Nazi death camps. Many of us never have never imagined that we had them among us, milder, it is true, although equally unhealthy, during the droughts of 1915 and 1934. For the Nazis, in World War II, and for us, a century ago, the strategy of concentration camps served as an ethnocentric excuse. In our case, the ones who suffered with the drought that took place in 1915 terrorized Fortaleza, which at that moment was architecturally structured according to the French ideas spread by Belle Époque. Since the idea of isolating the miserable sufferers has succeeded, when the next drought came, the concentration camps were extended to other counties within the state. This fact related to the phenomenon of seasonal droughts we have been punished with was shown by Rachel de Queiroz in her first, innovative and award-winning novel, O Quinze (1930). One hundred years after this emblematic drought, the political reality that deals with this issue has not changed as it should have and the picture printed in O Quinze keeps on being present in many aspects. This article tries to show this dark reality that the Drought of 1915 caused: the creation of concentration camps, containment fields that meant the final stronghold for a large portion of their confined ones. Therefore, in this bibliographical research, we firstly focus in the concentration camps per se, then we turn our attention to the contextualization of these concentration camps in this masterpiece, the one from one of the most important Brazilian writers of all time, the first woman writer to be accepted in the Brazilian Academy of Letters and who proudly belonged to our harvest, to our Ceará.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/23403
ISSN: 1980-4571 (online)
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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