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Tipo: Dissertação
Título: Práticas alimentares e corpo obeso: percepções e (con)vivências maternas
Título em inglês: Practice food and body of obese children: perceptions and maternal experiences
Autor(es): Campos, Marina Linhares Bezerra
Orientador: Machado, Márcia Maria Tavares
Palavras-chave: Obesidade Pediátrica;Alimentação;Percepção de Peso;Comportamento Materno;Pesquisa Qualitativa
Data do documento: 20-Ago-2015
Citação: CAMPOS, M. L. B. C. Práticas alimentares e corpo obeso: percepções e (con)vivências maternas. 2015. 122 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.
Resumo: A obesidade infantil é um fenômeno contemporâneo e complexo que acomete as famílias no cenário mundial. As práticas alimentares, pelo olhar da Antropologia da Alimentação, envolvem, além dos processos nutricionais, as relações entre os processos socioculturais. Sabe-se que as mães das crianças obesas desempenham um papel importante e de influência durante as práticas alimentares de seus filhos e a não percepção sobre o estado nutricional das crianças pode dificultar a adesão ao tratamento. A proposta do presente estudo visou compreender as percepções e vivências maternas sobre as práticas alimentares e corpo obeso de crianças. Elegemos para o nosso estudo a pesquisa do tipo exploratória com a abordagem qualitativa e como vertente epistemológica, a Antropologia da Alimentação. Participaram treze mulheres, mães de crianças obesas na faixa etária de cinco a nove anos, do Município de Fortaleza-CE, no período de março a maio de 2015. Utilizamos a técnica da entrevista semiestruturada e a análise de discurso. As práticas alimentares das crianças obesas sob a óptica materna são descritas por meio de como a criança consome os alimentos, com o ato de comer rápido, em frente à televisão, comendo escondido e uma grande quantidade de alimentos, além do consumo de alimentos processados ricos em gordura, açúcares e sódio. O comportamento materno é permissivo e sem controle durante a alimentação das crianças. As mulheres subestimam o estado nutricional dos seus filhos, são insatisfeitas com seu corpo e durante a infância tiveram pouco acesso a determinados alimentos que hoje permitem o consumo pelos seus filhos. Referem que uma boa alimentação deve ser com menos açúcar, sal e gordura, e escolhem para oferecer aos seus filhos alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, todavia cada uma delas relata fazer o melhor para seus filhos. São mulheres que não procuram os serviços de saúde como apoio para as práticas alimentares pela insatisfação com o mesmo e não resolução de suas demandas. Desta forma, a percepção e vivência materna devem ser exploradas, pois os comportamentos e atitudes dessas mulheres não são compartilhados nos serviços de saúde. Enxergar a criança obesa e sua mãe como uma unidade é o grande passo para plantar sementes e colher frutos com importantes impactos na vida dessas famílias e no cenário atual da obesidade infantil.
Abstract: Childhood obesity is a complex contemporary phenomenon that strikes families worldwide. From the point of view of Anthropology of Food, eating practices involve the relations between sociocultural processes, besides nutritional processes. It is known that fat children’s mothers play an important, influential role in their kids’ eating practices, and their lack of perception of their kids’ nutritional situation may hinder the adherence to the treatment. This study aims to understand the mothers’ perceptions and experiences regarding their eating practices and their children’s obese bodies. We chose to carry out an exploratory research with a qualitative approach and, as an epistemological strand, the Anthropology of Food. Participants in the research were thirteen women, mothers of obese children ranging from five to nine years of age, from the city of Fortaleza, CE, Brazil, in the period of March to May, 2015. We used the semi-structured interview technique and discourse analysis. The obese children’s eating practices from the mothers’ point of view are described as the children consumes food, the act of fast eating, in front of the television, eating secretly a huge amount of food, as well as the consumption of processed food rich in fat, sugar and sodium. The mothers’ behavior is permissive and uncontrolled when the children are eating. The women underestimate their children’s nutritional situation, are dissatisfied with their bodies and, in their own childhood, had little access to certain kinds of food that are now allowed to their children’s consumption. They define good eating as one with less sugar, salt and fat, and choose to offer their kids food that is rich in sugar, salt and fat, although each one of them says they are doing the best to their children. These women do not seek health services as a support for their eating practices, due to their dissatisfaction over them, and the lack of solution for their demands. Thus, the mothers’ perception and experience should be explored, for their behavior and attitudes are not shared in the health services. Seeing obese children and their mothers as a unit is a great step towards sowing the seed and reaping the fruit with important impact in these families’ lives and in the current childhood obesity scenario.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/17622
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