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Tipo: Tese
Título: Efeito sinérgico da associação entre L-triptofano e analgésicos não-opióides em modelos de nocicepção experimental em camundongos
Título em inglês: Synergistic effect of the association between L-tryptophan and non-opioid analgesics in experimental models of nociception in mice
Autor(es): Rocha, Nayrton Flávio Moura
Orientador: Sousa, Francisca Cléa Florenço de
Palavras-chave: Triptofano;Serotonina;Dipirona
Data do documento: 2013
Citação: ROCHA, Nayrton Flávio Moura. Efeito sinérgico da associação entre L-triptofano e analgésicos não-opióides em modelos de nocicepção experimental em camundongos. 2013. 134 f. Tese (Doutorado em Farmacologia) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013.
Resumo: A combinação de drogas para atingir um efeito clínico maior, ou reduzir efeitos adversos, é prática corrente no tratamento de várias condições mórbidas. Os analgésicos de uso corrente possuem efeitos adversos potencialmente perigosos que merecem ressalvas quanto ao seu uso, pois se apresentam prevalentes nas doses terapêuticas usuais. Objetivos: estudar a interação entre L-triptofano e os analgésicos não opióides dipirona, cetoprofeno e paracetamol via intragátrica e intraperitoneal em modelos de nocicepção em camundongos, verificando a importância do bloqueio da neurotransmissão serotonérgica (Síntese e receptores 5-HT1, 5-HT2 e 5-HT3) bem como o bloqueio de receptores alfa-2 adrenérgicos, melatonina (MT-1 e MT-2) e canais de potássio dependentes de ATP (K+ATP). A interação com ácido quinurênico, um metabólito das vias das quinureninas também foi analisada. Resultados: O L-triptofano (i.g ou i.p.) não possui atividade antinociceptiva isoladamente, mesmo sendo capaz de aumentar a concentração central de 5-HT. Quando administrada via intragástrica, dipirona ou paracetamol apresentaram ED50=128,7 mg/kg (92,78-178,6 mg/kg) e ED50=281 mg/kg (204,1 – 387,0 mg/kg) para o efeito antinociceptivo, respectivamente. O tratamento conjunto (realizado na mesma administração via intragástrica, i.g.) com L-triptofano nas proporções (peso/peso) de 1:1,4 com dipirona e 1:1,5 com paracetamol reduz significativamente os valores de ED50 para 33,30 mg/kg (28,05 – 39,54 mg/kg)* e 50,99 mg/kg (41,96,– 61,96mg/kg)*, respectivamente. O tratamento prévio i.p com L-triptofano (definido como tratamento combinado) reduz as ED50 para o efeito analgésico da dipirona (nas proporções de 1:1 e 1:2), paracetamol (proporções de 1:4,12) ou cetoprofeno (proporções de 5,7:1), para 30,90 mg/kg (23.10-43,56 mg/kg)* e 18,07 mg/kg (13,25- 24,67 mg/kg )*, 47,30 mg/kg (34.00 - 65.82 mg/kg)* e 2,09 mg/kg (1,355-3,224 mg/kg)*, respectivamente, quando comparado aos tratamentos isolados de dipirona ED50=91,20 mg/kg (77.39 - 95.78 mg/kg ), Paracetamol ED50=96,18 mg/kg (76.23 - 121.3 mg/kg) e Cetoprofeno= 10,25 mg/kg (6,729 to 15,61mg/kg) no teste de contorções induzidas pelo ácido acético. O tratamento com L-triptofano aumenta as concentrações centrais de serotonina, mas não influência na concentrações de Dopamina ou Noradrenalina. O L-triptofano 25 ou 50 mg/kg não influencia na concentração cortical de glutamato, no entanto o tratamento combinado via i.p. com doses não-efetivas de dipirona e paracetamol reduz a concentração desse neurotransmissor. O tratamento conjunto de L-triptofano com doses não antinociceptivas (i.g) de dipirona e paracetamol exibiu efeito antinociceptivo no teste de lambedura induzido pela formalina em ambas as fases do teste. A associação de L-triptofano e dipirona (i.p.) mostrou-se efetiva quando testada frente ao teste de nocicepção induzida pela capsaicina, mas a associação com paracetamol falhou neste teste. O bloqueio da síntese de 5-HT, através do tratamento com o inibidor PCPA(p-clorofenilalanina) antagoniza o efeito sinérgico da associação entre L-triptofano e dipirona no teste de contorções abdominais. O ácido quinurênico exerce efeito sinérgico com a dipirona e paracetamol nos testes de contorções. O bloqueio dos receptores 5-HT2 e 5-HT3 não exercem influência sobre o sinergismo do L-triptofano com a dipirona, cetoprofeno ou paracetamol no modelo de contorções. O bloqueio de receptores de 5-HT1 parece ser importante para o efeito sinérgico do L-triptofano com paracetamol e cetoprofeno, não exercendo efeito sobre o sinergismo com a dipirona. O bloqueio de receptores α2 adrenérgicos influencia no sinergismo do L-triptofano com o paracetamol. A interação sinérgica com a dipirona é atenuada com o bloqueio de receptores de melatonina. Conclusão: Os nossos resultados mostraram que existe uma relação sinérgica entre o L-triptofano e a atividade antinociceptiva do cetoprofeno, paracetamol e dipirona. O mecanismo subjacente a esta interação parece ser diferente para a dipirona em relação a mecanística desse efeito para o paracetamol e cetoprofeno, embora para ambos os casos pareça ser necessária a metabolização do L-triptofano à serotonina e, possivelmente, a ácido quinurênico.
Abstract: The drug combination to reach greater clinical outcomes or reduce side effects is usual practice in the managing of several morbid conditions. The current painkillers have side effects potentially dangerous that should be monitoring during its utilization. Objective: to study the interaction between L-tryptophan and non-opioids analgesics dipyrone, ketoprofen or paracetamol, by oral or intraperitoneal route, in models of nociception in mice, including the investigation about the importance of blockage of serotonergic neurotransmission as well as alfa-2, melatonin and ATP-dependent potassium channel. The interaction with kynurenic acid was analyzed too. Results: The L-tryptophan (p.o. or i.p) does not possess antinociceptive activity as solely agent but it is capable to increase central 5-HT amount. The ED50 for antinociceptive effect of dipyrone or paracetamol were ED50=128,7 mg/kg (92,78-178,6 mg/kg) e ED50=281 mg/kg (204,1 – 387,0 mg/kg), respectively. The oral co-treatment (on the same administration) with L-triptophan in the proportion (weight/weight) 1:1,4 with dipyrone and 1:1,5 with paracetamol decrease with significance the ED50 to 33,30 mg/kg (28,05 – 39,54 mg/kg)* and 50,99 mg/kg (41,96 – 61,96 mg/kg)*, respectively. The previous intraperitoneal treatment with L-tryptophan (defined here as combined treatment) reduces the ED50 for analgesic effect of dipyrone (in the proportions of 1:1 and 1:2), paracetamol (1:4,12) or ketoprofen (5,7:1), to 30,90 mg/kg (23.10-43,56 mg/kg)* e 18,07 mg/kg (13,25- 24,67 mg/kg )*, 47,30 mg/kg (34.00 - 65.82 mg/kg)* e 2,09 mg/kg (1,355-3,224 mg/kg)*, respectively compared to solely treatment with dipyrone ED50=91,20 mg/kg (77.39 - 95.78 mg/kg ), Paracetamol ED50=96,18 mg/kg (76.23 - 121.3 mg/kg) or Cetoprofeno= 10,25 mg/kg (6,729 to 15,61mg/kg) on the abdominal writhing test induced by acetic acid. The treatment with L-tryptophan increases the central concentration of serotonin, but not influence the concentrations of noradrenaline or dopamine. L-tryptophan 25 or 50 mg/kg does not influence the concentration of cortical amount of glutamate. However, the combined treatment i.p. with non-effective doses of dipyrone and paracetamol reduces the concentration of this neurotransmitter. The combined treatment of L-tryptophan with non antinociceptive doses (i.g.) dipyrone and paracetamol exhibited antinociceptive effect in the formalin-induced licking test in both phases. The combination of L-tryptophan and dipyrone (i.p.) was effective when tested against the test nociception induced by capsaicin, but the association with paracetamol failed this test. Blockage of 5-HT synthesis by treatment with the inhibitor PCPA (p-chlorophenylalanine) antagonizes the synergistic effect of the L-tryptophan association with dipyrone in the writhing test. Kynurenic acid exerts a synergistic effect with dipyrone and paracetamol in the writhing test. The blockage of 5-HT2 and 5-HT3 receptor have no influence on the synergism of L-tryptophan and dipyrone, ketoprofen, paracetamol or writhing model. The 5-HT1 receptor blockage seems to be important for the synergistic effect of L-tryptophan ketoprofen with paracetamol and not having an effect on the synergism and dipyrone. The blockage of the α2 adrenergic receptor channels influences the synergism of L-tryptophan with paracetamol. The synergistic interaction with dipyrone is attenuated by blocking melatonin receptors. Conclusion: Our results showed that there is a synergistic relationship between L-tryptophan and antinociceptive activity of ketoprofen, paracetamol and dipyrone. The mechanism underlying this interaction appears to be different for dipyrone in relation to this mechanistic effect on ketoprofen and paracetamol, although in both cases it seems important the metabolism of L-tryptophan to serotonin and, possibly, kynurenic acid.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/15738
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