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Tipo: Tese
Título: Estudo de segurança da Ritalina® (Cloridrato de Metilfenidato) em animais adultos : aspectos de neurotoxicidade e nefrotoxicidade
Título em inglês: Safety study of Ritalin (methylphenidate hydrochloride) in adults : findings of neurotoxicity and nephrotoxicity
Autor(es): Salviano, Luiza Herbene Macêdo Soares
Orientador: Fonteles, Marta Maria de França
Coorientador: Martins, Alice Maria Costa
Palavras-chave: Metilfenidato;Síndromes Neurotóxicas
Data do documento: 2015
Citação: SALVIANO, Luiza Herbene Macêdo Soares. Estudo de segurança da Ritalina® (Cloridrato de Metilfenidato) em animais adultos: aspectos de neurotoxicidade e nefrotoxicidade. 2015. 149 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.
Resumo: O Metilfenidato (MFD) é o psicoestimulante mais utilizado no Brasil para o tratamento do Transtorno do Déficit da Atenção e Hiperatividade (TDAH), distúrbio neuropsiquiátrico muito freqüente na infância, crianças na idade escolar e adolescência, porém está sendo muito prescrito, gerando a necessidade de estudar a segurança de seu uso. Objetivou-se avaliar a segurança da ritalina®, em animais adultos, contemplando aspectos de neuro e nefrotoxicidade. Avaliou-se os efeitos do Metilfenidato utilizando modelos neurocomportamentais de avaliação de ansiedade, depressão, atividade locomotora e convulsão, após tratamento agudo em animais adultos, identificou-se os seus efeitos sobre os níveis de monoaminas no hipocampo e corpo estriado, investigou-se a atividade da acetilcolinesterase em hipocampo e corpo estriado (modelo colinérgico de convulsão), avaliou-se o efeito do MFD em rim isolado, em células tubulares renais sobre a viabilidade e proliferação da linhagem celular em estudo e avaliou-se os parâmetros bioquímicos renais in vivo. O MFD aumentou todos os parâmetros analisados nos testes do labirinto em cruz elevado, comprovando seu efeito ansiolítico, aumentou a atividade locomotora no teste do campo aberto, não alterando o grooming e rearing, sugerindo um efeito ansiolítico e desinibitório; No teste do rota rod, a coordenação motora dos animais não foi alterada, mostrando que os efeitos do MFD não se relacionam com o bloqueio neuromuscular periférico, mas sim, ocasionados centralmente; O MFD apresentou efeito antidepressivo no teste do nado forçado, pois diminuiu o tempo de imobilidade dos animais, sugerindo uma maior investigação nesse contexto, uma vez que o fármaco não é usado na clínica como antidepressivo. Verificou-se o aumento da concentração das aminas biógenas estudadas, corroborando com o efeito antidepressivo observado no modelo nado forçado. No teste da convulsão induzida por pilocarpina, o MFD diminuiu as latências de convulsão e de morte, demonstrando uma atividade proconvulsivante. Além disso, reduziu a atividade da AChE no corpo estriado, sugerindo um possível mecanismo colinérgico para potencialização das convulsões no modelo do P400. O MFD reduziu o fluxo urinário, o ritmo de filtração glomerular e o percentual de transporte tubular de sódio (%TNa+) quando comparado com o grupo controle. Nos experimentos in vivo, com 24 e 48 horas após tratamento com MFD, os parâmetros da função renal: uréia, creatinina, clearence de creatinina, excreção de Na+ e K+ não foram alterados. O MFD não causou alterações histológicas em rins após 24 e 48h de tratamento. Nos testes com células tubulares renais MDCK, o MFD não causou redução na viabilidade das células epiteliais renais do túbulo distal. Diante dos resultados, embora o MFD pareça ser uma opção segura para o tratamento do TDAH, ele deve ser utilizado com cautela, uma vez que foram detectadas alterações nos parâmetros de função renal, sugerindo um possível efeito nefrotóxico, devendo ser investigado em maior profundidade, a fim de avaliar a intensidade desses efeitos em longo prazo.
Abstract: The methylphenidate (MFD) is the most widely used psychostimulant in Brazil for the treatment of Deficit Disorder Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), very frequent neuropsychiatric disorder of childhood, children in school age and adolescence, but is being very prescribed, creating the need to study the safety of its use. The objective was to evaluate the safety of Ritalin in adult animals, covering aspects of neuro- and nephrotoxicity. We evaluated the effects of methylphenidate using neurobehavioural assessment models of anxiety, depression, motor activity and convulsions after acute treatment in adults, it was identified their effects on monoamines levels in the hippocampus and striatum, we investigated the activity of acetylcholinesterase in hippocampus and striatum (cholinergic seizure model), evaluated the effect of MFD in isolated kidney in renal tubular cells on the viability and proliferation of the cell line being studied and evaluated the kidney biochemical parameters in vivo . The MFD increased all parameters analyzed in maze tests at high cross, proving its anxiolytic effect, increased locomotor activity in the open field test, not changing the grooming and rearing, suggesting an anxiolytic effect and desinibitório; In the test route rod, motor skills of the animals was not affected, indicating that the effects of the MFD is not related to the peripheral neuromuscular blockade, but rather caused centrally; The MFD showed antidepressant effect in the forced swimming test, it decreased the immobility time of animals, suggesting further investigation in this context, since the drug is not used in the clinic as an antidepressant. There was an increase in the concentration of biogenic amines studied, corroborating the antidepressant effect observed in the forced swimming model. The test of seizures induced by pilocarpine, the MFD decreased the seizure latency and death, showing a proconvulsivante activity. In addition, decreased AChE activity in the striatum, suggesting a possible mechanism for enhancement of cholinergic seizures in the P400 model. The MFD reduced urine flow, glomerular filtration and tubular transport of sodium percentage (Tna +%) compared with the control group. In in vivo experiments, with 24 and 48 hours after treatment with MFD, the parameters of renal function: urea, creatinine, creatinine clearance, excretion of Na + and K + have not changed. The MFD did not cause histological changes in kidneys after 24 and 48 h of treatment. In tests with renal tubular cells MDCK, the MFD did not reduce the viability of renal epithelial cells of the distal tubule. From the results, although the MFD appears to be a safe choice for the treatment of ADHD, it should be used with caution, since changes were detected in the parameters of renal function, suggesting a possible nephrotoxic effect and should be investigated in more depth, to evaluate the intensity of these long-term effects.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14088
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