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Tipo: Tese
Título: Efeitos da privação do sono sobre o comportamento, o estresse oxidativo e interações com a modafinila - estudo realizado em camundongos
Autor(es): Lima, Alisson Menezes Araújo
Orientador: Bruin , Veralice Meireles Sales de
Palavras-chave: Privação do Sono;Estresse Oxidativo;Comportamento;Depressão
Data do documento: 2015
Citação: LIMA, Alisson Menezes Araújo. Efeitos da privação do sono sobre o comportamento, o estresse oxidativo e interações com a modafinila - estudo realizado em camundongos. 92 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas)- Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.
Resumo: O sono é um estado fisiológico que se caracteriza por uma modificação reversível da percepção ao ambiente externo, alterando o nível de consciência e a organização dos circuitos do sistema nervoso. Os distúrbios do sono são uma preocupação relevante, pois são de ocorrência comum com conseqüências importantes para o desequilíbrio da saúde individual. A privação de sono associa-se a danos irreparáveis para o sistema nervoso e para a saúde de uma maneira geral. O estudo objetivou avaliar os efeitos da privação de sono paradoxal (PSP), sem recuperação do sono, sobre as alterações de memória, comportamento de ansiedade e depressão, o estresse oxidativo, bem como sobre a expressão de conexina-36 e interações com a modafinila. Foi utilizado um modelo de PSP induzido durante 48h (48hPSP) e 72h (72hPSP) em camundongos. Inicialmente, animais submetidos a 48hPSP não apresentaram alterações da atividade exploratória [68,50±4,42] quando comparados aos controles sem PSP [69,57±3,09]. Por outro lado, o grupo submetido a 72hPSP apresentou efeito depressor da atividade motora demonstrado pela acentuada redução no número de cruzamentos [24,50±4,04, p=0,001). Considerando o comportamento de rearing, ambos os grupos submetidos a PSP apresentaram uma diminuição [48hPSP=4,0±0,86 e 72hPSP=2,67±0,95] quando comparados ao grupo controle [21,5±1,89, p=0,002]. Na avaliação do comportamento de autolimpeza (grooming), quando comparados ao grupo controle [2,75±0,31], tanto o grupo com 48hPSP [17,0±1,46] quanto o com 72hPSP [17,50±1,63] apresentaram um aumento (p=0,0007). Em comparação ao controle [69,57±3,09], o grupo 72hPSP [27,14±4,31] mostrou uma acentuada redução no número de cruzamentos (p=0,0006). O tratamento com Modafinila modificou os três parâmetros da atividade locomotora espontânea nos animais submetidos a 72hPSP. Os efeitos da 72hPSP, tais como, o tempo de imobilidade [PSP72h=34,17±3,62 vs Modafinila e PSP72h=109,0±12,80, p=0,001], a latência da primeira imobilidade [72hPSP=119,0±8,56 vs Modafinila e 72hPSP=16,60±5,13, p=0,002] e o teste do nado forçado (72hPSP=2,67±0,49 vs Modafinila e 72hPSP=64,60±8,49, p=0,004] foram revertidos após o uso da Modafinila. Os grupos 48hPSP (p=0,002) e 72hPSP (p<0,005) mostraram pior desempenho no teste do labirinto em Y. Os animais com 48hPSP apresentaram um deficit da memória aversiva, avaliada pelo teste do step-down. Animais 72hPSP não apresentaram déficit na memória aversiva em comparação com os controles. Camundongos submetidos à 72hPSP apresentavam níveis reduzidos de nitrito no corpo estriado (p=0,004) enquanto que não foram encontradas diferenças nos animais submetidos a 48hPSP. Ambos os grupos 48hPSP e 72hPSP apresentaram níveis inferiores de nitrito no hipocampo (p=0,01 e p=0,007, respectivamente). Diferenças também foram encontradas no córtex pré-frontal em ambos os grupos de animais (p=0,01 e p=0,002, respectivamente). No corpo estriado, o grupo controle apresentou valores mais elevados de nitrito (123,8μM±6,12) do que os com 48hPSP (92,13μM±15,73) e 72hPSP (64,17μM±5.24). No hipocampo, o controle mostrou níveis mais elevados de nitrito (96,67μM±4.59) do que os com 48hPSP (65,35μM±5.54) e 72hPSP (64,88μM±4.36). No córtex pré-frontal, o grupo controle também apresentou valores de nitrito maiores (117,1μM±6.19) do que os com 48hPSP 8 (58,58μM±6,58) e 72hPSP (65,01μM±3.72) . Ambos os grupos 48hPSP e 72hPSP, mostraram níveis mais elevados de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no corpo estriado, hipocampo e no córtex pré-frontal. No corpo estriado, o controle (11,74μmol±2,28) apresentou níveis mais baixos do que o 48hPSP (50,17μmol±3.45 e 72hPSP (33,65μmol±2.79). No hipocampo, o controle apresentou valores inferiores (6,95μmol±0,68) ao grupo 48hPSP (40,96μmol±3,54) e 72hPSP (38,34μmol,±4.25, p=) de TBARS. No córtex pré-frontal, o controle apresentou valores menores de TBARS (7,18μmol±0,98) em relação ao grupo 48hPSP (37,22μmol±3.92) e 72hPSP (39,83μmol±2.03). Em resumo, a PSP pelo método das plataformas múltiplas, sem recuperação do sono, mostrou um comprometimento dos parâmetros comportamentais de ansiedade e memória. O uso da Modafinila reverteu vários desses parâmetros comportamentais induzidos pela PSP. Nós mostramos que um menor tempo de PSP associa-se a maior déficit de memória e sugerimos que isso pode ser mais benéfico para evitar o condicionamento do medo relacionado a memória de estresse pós-traumático. O uso da Modafinila foi capaz de alterar vários efeitos indesejáveis induzidos pela PSP e isso deve ser levado em consideração durante a terapia com esse medicamento.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/13781
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